Período de maior perigo das caraças para cães e gatos ocorre na primavera e não no verão



A investigação da Universidade de Queensland revela que a primavera, e não o verão, é a época de maior incidência de paralisia por carraças em cães e gatos, havendo casos durante todo o ano. Esta é uma chamada de atenção para que os donos de animais de estimação os protejam e controlem durante todo o ano, afirma a equipa.

Uma equipa liderada pelo Professor Stephen Barker da Escola de Química e Biociências Moleculares da UQ analisou 22 840 casos em 20 anos de registos veterinários em quatro regiões ao longo da costa leste da Austrália.

“Descobrimos que havia casos de carraças em animais de estimação nos hospitais veterinários durante todo o ano em todas as regiões que estudámos, mesmo nos meses mais frios do inverno”, afirmou o Barker, citado em comunicado divulgado no site “Scimex”.

“É, sem dúvida, uma chamada de atenção para que os donos de animais de estimação os protejam e controlem durante todo o ano”, acrescenta, sublinhando que “os registos também mostraram que o período de maior perigo para cães e gatos ocorre na primavera e não no verão, como a maioria das pessoas esperaria”.

Ovos eclodem e representam a maior ameaça na Primavera

Segundo o professor, “nos arredores de Cairns e Innisfail, no extremo norte de Queensland, o pico de casos nas cirurgias veterinárias foi em agosto e setembro, no sudeste de Queensland foi em setembro e outubro, enquanto nas praias do norte de Sydney foi em outubro e novembro”, alertando que “parece ser nesta altura que os ovos postos pelas carraças fêmeas no verão anterior eclodem e representam a maior ameaça”.

“O número de casos diminui durante os meses mais quentes do verão, janeiro e fevereiro, em todas as regiões”, acrescentou.

A investigação revelou também que a região de Gippsland, na parte ocidental de Vitória, tinha duas épocas de carraças por ano – de fevereiro a abril e depois novamente de meados de setembro a outubro.

O Professor Barker disse que o número de animais de estimação levados a um veterinário com paralisia por carraças indicava a intensidade da infestação por carraças num determinado ano.

“Alinhámos os dados veterinários com os registos meteorológicos e verificámos que as variações de temperatura e humidade no verão determinam a intensidade da época das carraças na primavera e no verão seguintes”, apontou, acrescentando que “as carraças são bastante sensíveis ao clima, o que explica o facto de alguns anos serem muito piores do que outros”.

A equipa desenvolveu um modelo informático para fazer previsões para futuras épocas de carraças, permitindo avisar os donos dos animais e ajudar os veterinários a estarem preparados.

“O tratamento da paralisia da carraça é dispendioso e nem sempre é bem-sucedido, dependendo do tempo que a carraça esteve no animal”, alertou o Professor Barker.

“Quanto mais bem-avisados e preparados estivermos, maiores serão as hipóteses de proteger os nossos animais de estimação”, afirmou.

“Se o tempo estiver muito seco e quente em janeiro e fevereiro, muitos ovos morrerão, mas um verão ameno e húmido significa uma elevada taxa de eclosão e uma má época de carraças na primavera seguinte”, conclui.





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