Pesca em excesso tira alimento a milhões de pessoas, afirma organização ambiental



A pesca em excesso leva a que seja desperdiçado alimento suficiente para 72 milhões pessoas por ano, apontou hoje a organização ambiental Marine Stewardship Council (MSC).

Em comunicado, a MSC afirma que “mais de 3,3 mil milhões de pessoas em todo o mundo obtêm, pelo menos, 20 por cento da dose diária de proteína animal” do peixe e do marisco.

No entanto, a sobrepesca leva a que, entre capturas excessivas e capturas acessórias, se desperdice “proteína suficiente para satisfazer as necessidades anuais de 72 milhões de pessoas”.

A pressão para pescar aumenta ao mesmo tempo que a população mundial também cresce, refere a MSC, indicando que “o consumo global de produtos do mar aumentou 122% nos últimos 30 anos”.

Por isso, mais de um terço das populações de peixes foram “pescadas para além dos limites sustentáveis”, uma tendência que tende a agravar-se, salienta.

“Se as pescarias globais tivessem sido mais bem geridas, poderiam ter sido capturadas mais 16 milhões de toneladas de peixe e marisco por ano”, estima a MSC, defendendo que a produção de alimentos precisa “urgentemente de ser tornada sustentável” para uma população mundial que deverá chegar aos 10 mil milhões de pessoas dentro de 30 anos.

As práticas de pesca sustentável já existem e, se fossem aplicadas, permitiriam aumentar a proteína disponível para satisfazer cerca de 60 milhões de pessoas anualmente, argumenta.

A organização registava no ano passado 409 pescarias certificadas com a sua norma de sustentabilidade, com outras 89 a caminho de o ser.

“Para acelerar a mudança, as pescarias necessitam do apoio dos governos para assegurar que os limites de captura estejam em conformidade com os pareceres científicos, que a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada seja combatida e que os subsídios prejudiciais que encorajam a sobrepesca em todo o mundo sejam eliminados”, pede a MSC.





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