Planeta terá de aumentar produção de alimentos em 50%



A questão da segurança alimentar continua a produzir novos estudos e divulgar informações que obrigam a uma mudança radical na forma como compramos e consumimos alimentos. Depois de um relatório da OCDE e FAO concluir que precisamos de aumentar a produção agrícola em 60%, até 2050, para alimentar a população mundial, uma nova pesquisa do Sainsbury Lab é um pouco mais optimista, mas não muito.

Segundo este laboratório britânico, será preciso aumentar a produção de alimentos em 50%, até 2050, para alimentar toda a população global.

Este elevado número não é surpreendente, segundo o Planeta Sustentável. Hoje, a humanidade não consegue sequer alimentar cerca de mil milhões de pessoas – que passam fome – quanto mais no futuro, com todo o aumento populacional adjacente.

“Uma melhor agricultura pode fazer uma grande contribuição. O crescimento da população e o consumo está a colocar uma pressão sem precedentes sobre a agricultura e os recursos naturais. Para responde às necessidades do planeta, a produção de alimentos vai ter de crescer substancialmente, com uma queda dramática na pegada de carbono da agricultura”, explicou Jonathan Jones, do Sainsbury Lab.

O estudo de Jones explica que é necessário diminuir a velocidade da expansão agrícola, fechar gaps de produção em terras de baixo desempenho, aumentar a eficiência das colheitas, mudar as dietas e, acima de tudo, reduzir o desperdício.

Estas estratégias, se desenvolvidas conjuntamente, poderão duplicar a produção de alimentos e, ao mesmo tempo, ajudar a reduzir os impactos ambientais da agricultura, defende Jones. Há que ter também em conta questões como a especulação do mercado, colheitas para biocombustíveis ou as alterações climáticas.

Entre 1985 e 2005, os campos e pastos do mundo tiveram uma expansão de 154 milhões de hectares (cerca de 3%). Este crescimento lento inclui a expansão significativa nos trópicos, assim como pequena mudança ou decréscimo na zona temperada. O resultado é uma redistribuição bruta de terra tropical em direcção aos trópicos, com implicações para produção de alimentos, segurança alimentar e ambiente.

Revelou-se também a existência de chocantes disparidades entre regiões que primariamente plantam colheitas para consumo humano direto e as de plantio para outros usos. A América do Norte e a Europa destinam apenas 40% das suas colheitas à produção directa de alimentos, enquanto esta alocação na África e Ásia é tipicamente de 80%. Os extremos vão do Oeste americano, com menos de 25%, ao sul da Ásia, com mais de 90%.





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