Plano de Ação para o Biometano deve ser apoiado em conjunto com metas para outros biocombustíveis



A secretária-geral da Associação de Bioenergia Avançada (ABA), Ana Calhôa, defendeu hoje que o Plano de Ação para o Biometano, que está em consulta pública, deve incluir metas para a incorporação de outros biocombustíveis.

“Ao complementar o Plano de Ação para o Biometano, que, por si, já é bastante rico e ambicioso, com metas e estratégias dinâmicas e inclusivas para outras fontes de energia com baixo teor de carbono, capazes de se adaptarem às constantes mudanças tecnológicas, Portugal poderá consolidar a sua posição como líder na transição para uma economia mais verde e sustentável”, defendeu a responsável, em nota enviada à Lusa.

O Plano de Ação para o Biometano 2024-2040 entrou na quinta-feira em consulta pública, até 09 de fevereiro, e tem três objetivos centrais: capacitar setores estratégicos para o aproveitamento do potencial de biogás, para implementar um mercado interno de biometano, consolidar o desenvolvimento daquele mercado “enquanto vetor estratégico de descarbonização e da bioeconomia”, e construir um setor sustentável do ponto de vista social e ambiental.

Ana Calhôa sublinhou que “não é possível falar de uma transição justa sem a igual promoção de todo o ‘mix’ energético, o que inclui biocombustíveis avançados ou de outros resíduos líquidos, que têm um efeito imediato na redução de emissão de gases de carbono”.

Para a ABA, deve também considera-se a promoção da incorporação, nos combustíveis fósseis, de misturas mais ricas em biocombustíveis, não só para o transporte de ligeiros, mas também para os pesados, ou seja, “o biometano deve ser visto como parte de um panorama mais amplo no cenário de adoção de energia de fontes sustentáveis”.

A associação defendeu ainda que as estratégias para o crescimento do setor devem ser “transparentes, realistas e alcançáveis, considerando aspetos ambientais, sociais e económicos, tais como infraestruturas e desafios tecnológicos associados à produção de biometano”.

Segundo o documento divulgado no dia 10, em 2030 Portugal poderá substituir quase 10% do consumo de gás natural por biometano, um valor que pode chegar aos 18,6% em 2040.

O Plano, na versão agora em consulta pública, prevê duas fases de desenvolvimento e contempla 20 linhas de ação.

Numa primeira fase, até 2026, centra-se no início da produção e fornecimento do gás renovável, desenvolvimento do mercado e criação de um quadro de incentivos para o biometano. Numa segunda fase, até 2040, são apresentadas linhas de ação para consolidação do mercado e aumento da escala de produção.





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