Planos internacionais para travar a crise da biodiversidade não cumprem as promessas feitas
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Quase 200 nações assumiram compromissos corajosos para travar a perda de biodiversidade como signatárias do Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal (GBF), mas uma avaliação feita por investigadores australianos dos planos de ação apresentados antes da COP-16 concluiu que nenhuma nação criou um plano que cumprisse todos os requisitos e ambições gerais.
Dos 23 objetivos do GBF, a equipa centrou-se nos dois mais proeminentes – os objetivos 2 (o objetivo de restauração de 30%) e 3 (o objetivo de proteção 30×30). A equipa constatou que muitos países foram menos explícitos na definição dos objetivos e evitaram definir os seus compromissos com números – incluindo a Itália, que mencionou “grandes superfícies de áreas degradadas” e a Austrália, que se comprometeu a restaurar “áreas degradadas prioritárias”. A Austrália foi também um dos poucos planos que se referiu aos direitos dos povos indígenas e à governação equitativa.
Os investigadores sublinham também a necessidade de definir o que significa, em termos práticos, a recuperação “em condições efetivas” e afirmaram que a Austrália comenta a importância desta definição, mas não articula a forma como pode ser feita a nível nacional. A cinco anos do fim do prazo do GBF, os autores afirmam que os países terão de aumentar a sua ambição e ação se quiserem evitar a crise da biodiversidade.