Poderá vir aí uma restrição ao uso de insecticidas em abelhas? Comissão Europeia quer avançar com medida
Recentemente vieram a público algumas notícias que dão conta que a Comissão Europeia irá avançar muito em breve com uma proposta que restringe o uso de alguns insecticidas prejudiciais às abelhas, em concreto os neonicotinóides- insecticidas de largo espectro-, que são usados na prevenção, controlo e tratamento de várias culturas agrícolas contra organismos considerados prejudiciais.
Para já a associação de defesa ambiental Quercus dá o seu voto positivo à iniciativa, salientando no entanto que espera que “exista força política suficiente para levar por diante esta proposta, enfrentando as muitas pressões da indústria e dos fabricantes de pesticidas” uma vez que “existem indícios suficientes que comprovam os impactes negativos daquelas substâncias nos insectos polinizadores.”
Para a Quercus, “não deve existir margem de recuo relativamente à sua proibição”, cabendo assim à Comissão Europeia definir outras iniciativas que “proíbam ou condicionem fortemente a utilização de pesticidas de síntese com efeitos adversos no ambiente, nos organismos vivos e na saúde pública, e aumente a velocidade de transição para métodos de agricultura mais responsáveis e sustentáveis”, como a agricultura biológica.
“Portugal, que em 2013 demonstrou uma posição muito débil relativamente a este assunto ao votar contra a proibição de três neonicotinóides muito tóxicos para as abelhas, terá agora a oportunidade de se redimir e mostrar que pretende realmente proteger o Ambiente, a apicultura e a saúde humana”, defende esta associação.
Limitar o uso de alguns insecticidas que afectam as abelhas, principalmente os neonicotinóides, de largo espectro, usados na prevenção, controlo e tratamento de várias culturas agrícolas contra organismos considerados prejudiciais é o principal objectivo da proposta a ser apresentada em breve pela Comissão Europeia.
O colapso das colónias de abelhas nos últimos anos tem causado significativas baixas nos efectivos dos apicultores em todo o Mundo e é um dos grandes problemas da actualidade, com reflexos muito significativos no Ambiente e na actividade agrícola de que dependemos. Segundo a Quercus, prevê-se que pelo menos 80% das culturas agrícolas mundiais necessitem de polinização para dar semente e só na Europa o valor anual estimado dos polinizadores é de 22.000 milhões de euros.
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