Polónia insiste na mudança de medidas sobre importação de cereais ucranianos



O ministro polaco da Agricultura, Robert Telus, disse hoje que as importações de cereais ucranianos “vão ser controladas com muito cuidado”, após Varsóvia ter suspendido momentaneamente a entrada de grão da Ucrânia na Polónia.

Telus disse a um jornal de Varsóvia que a decisão de parar temporariamente a compra de grão procedente da Ucrânia foi acordada com as autoridades de Kiev.

“Ainda não se pretende cortar estas importações, cada novo transporte, a partir de agora, vai ser controlado com muito cuidado”, indicou o ministro da Agricultura polaco.

Pouco depois do início da nova invasão da Ucrânia por parte da Rússia, em 2022, os agricultores polacos queixaram-se de prejuízos, que disseram, foram provocados pela moratória de um ano concedida pela União Europeia sobre a importação de cereais ucranianos: transações livres de impostos.

“Convencer a União Europeia para impor taxas sobre o grão ucraniano é e será uma tarefa muito difícil”, afirmou Telus acrescentando “que Bruxelas fala de sanções contra a Rússia e, por outro lado, finge não saber que muito do grão que chega à Europa vem do sul” e que provavelmente “não é ucraniano” e tem origem na Rússia.

Na mesma entrevista, o ministro polaco considerou muito lenta a atuação da União Europeia sobre o assunto, advertindo que “por má coordenação” os agricultores europeus e “sobretudo os de dois ou três países” estão a “pagar por tudo”.

Na semana passada, o anterior ministro da Agricultura da Polónia, Henryk Kowalcyk, apresentou a demissão após ter defendido a reposição do controlo à importação de grão ucraniano, por parte da União Europeia.

A questão já tinha sido abordada durante a visita do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, à Polónia.

Após tomar posse, o novo ministro da agricultura da Polónia organizou um gabinete de crise tendo-se deslocado à fronteira de Dorohusk (leste) onde se reuniu com o homólogo ucraniano, Mykola Solski.

No encontro, Telus disse que expôs de forma clara a posição sobre o “bloqueio, temporário, à importação de cereais para a Polónia”.

Assim, foi tomada a decisão de “limitar a chegada de cereais da Ucrânia durante algum tempo, inclusivamente bloquear, de momento, a importação”.

As associações de agricultores polacos afirmam que a mercadoria que chega da “Ucrânia não tem a mesma densidade nem a mesma qualidade” exigida pelos produtores locais, reclamando, por isso, taxas de 50% sobre o grão ucraniano.

Segundo as mesmas associações, na Polónia estão armazenadas cerca de 2,5 milhões de toneladas de grão proveniente da Ucrânia.





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