Ponte 25 de Abril pode ter ciclovia e passagem pedonal (com VÍDEO)
Imagine um dia de Verão, como aqueles do último fim-de-semana, em Lisboa, e o leitor pegar na bicicleta, pedalar pela ponte 25 de Abril e chegar rapidamente até às praias da Costa da Caparica.
Esta viagem ainda é impossível, mas poderá deixar de ser uma miragem a breve prazo, caso a ideia de António Santos, criador da AlmaLisboa, consiga garantir a unanimidade entre as câmaras de Almada, Lisboa e Lusoponte, gestora da ponte 25 de Abril.
Segundo António Santos, a ideia tornaria Lisboa numa cidade mais moderna e apetecível – para os seus moradores e turistas – para além de contribuir para a sustentabilidade ambiental e dos transportes.
A ciclovia e passagem pedonal poderiam utilizar o tabuleiro do comboio, sem prejudicar nenhuma circulação: automóvel ou do próprio comboio. “É um pecado não aproveitarmos o espaço disponível. Ele serve para as pessoas se deslocarem e aumentar a mobilidade nos modos suaves. E serve para a própria estrutura de manutenção e conservação da ponte utilizar as duas vias para efectuarem os seus trabalhos”, explicou o responsável ao Economia Verde.
Nos planos de António Santos, a ciclovia e passagem pedonal poderia ser colocada num quadrado com três metros de lado, existente no tabuleiro do comboio. “Esta seria a matriz de um túnel aberto a arejado, com redes e guarda-corpos de cada lado. Seria aí que colocaríamos a ciclovia e passagem pedonal, nos dois sentidos”, continuou.
Um dos trunfos de António Santos, curiosamente, está nos Estados Unidos. A ponte Golden Gate, em São Francisco, é o sítio mais visitado da cidade; e o mesmo quase se passa em Nova Iorque, com a ponte de Brooklyn. Andas são locais de passagem dos modos suaves.
Ouvido pelo Economia Verde, o vereador de mobilidade da Câmara Municipal de Almada, Rui Martins, diz que simpatiza com a ideia, mas há que ponderar vários aspectos. “Percebemos a atractividade da questão, mas também achamos que, se queremos a bicicleta como elemento central da mobilidade urbana, isso passa não pela utilização de uma ciclovia na ponte, mas pela utilização dos transportes públicos”, continuou.
Um dos entraves da ideia é o seu custo – cifrado entre os €7 e €8 milhões. O outro é a forma como as bicicletas chegariam ao tabuleiro da ponte, da parte de Lisboa. António Santos fala num elevador num dos pilares, como pode ver no episódio 269 do Economia Verde.
O autor da ideia tem um sonho: a obra estar pronta em 2016, data em que a Ponte 25 de Abril comemora 50 anos. Será possível?
Foto: zok87 / Creative Commons