Por que razão a conta da luz não aumenta em Cabo Verde? (com VÍDEO)



Cabo Verde encontra-se em segundo lugar, a nível mundial, na penetração da energia eólica, logo a seguir à Dinamarca, um feito ainda mais relevante por se tratar um país insular africano e com uma população de 530 mil pessoas.

O mérito vai quase todo para a Cabeólica, uma empresa público-privada cabo-verdiana que é responsável por quatro parques eólicos em Cabo Verde. “A nível internacional, este projecto tem sido muito reconhecido”, explicou ao Economia Verde Antão Fortes, CEO da empresa. “O projecto tem sido estudado e temos recebido várias visitas, sobretudo desta sub-região. São pessoas que querem replicar o projecto nos seus países”.

Segundo Antão Fortes, muitos dos projectos eólicos da região ficaram pelo caminho. Por isso, as visitas a Cabo Verde sucedem-se – há que perceber como a energia eólica pode ser economicamente viável e não prejudicar a biodiversidade local.

Desta última questão trata Ana Monteiro, directora de ambiente da Cabeólica. É que a empresa faz questão de avaliar se estas infra-estruturas têm um impacto neutro ou negativo na biodiversidade local.

“Nestes primeiros anos estamos focados nas aves e, em São Vicente, nas osgas endémicas, que estão em estado crítico”, explicou Ana Monteiro, directora de ambiente da Cabeólica, ao Economia Verde.

A responsável diz que são feitos estudos específicos “muito detalhados” e, dois anos depois desta monitorização ambiental, não têm existido problemas.

30 turbinas = 20% da electricidade da ilha

A Cabeólica tem 30 turbinas em quatro ilhas cabo-verdianas, que produzem 20% de toda a electricidade distribuída no arquipélago. A empresa tem coleccionado prémios em todo o mundo, um dos quais o Green Project Awards.

“O País tem um grande potencial na energia eólica e solar, e há uma perspectiva de termos 50% de renováveis até 2020”, explicou Antão Fortes. “Há a ideia de ir até aos 100% ainda em 2020, mas claro que é uma meta bastante ambiciosa”.

Com a ajuda do vento – que sopra forte em dez meses do ano, de Setembro a Junho – o preço da electricidade não sobe, em Cabo Verde, há já dois anos. Veja o episódio 270 do Economia Verde.





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