Por que razão ainda não descobrimos vida extraterrestre?



Muitos cientistas e investigadores, incluindo os mais cépticos, acreditam que a presença de vida para além do Planeta Terra é óbvia, e que a prova definitiva poderá chegar no espaço de uma geração. Um dos argumentos é o facto de muitas das verdades astronómica de hoje nos serem desconhecidas há apenas… uma geração.

O sucesso do telescópio Kepler, da NASA, levou-nos a saber que o universo está cheio de mundos temperados. Só nas duas últimas décadas, milhares de planetas foram descobertos junto de outras estrelas, e os novos estão a aparecer a um ritmo de um por dia.

Mais impressionante, explica o IFL Science, é o facto de existirem planetas a perder de vista. A maioria das estrelas têm planetas, o que implica a existência de triliões destes pequenos corpos na Via Láctea.

O Kepler sugere ainda que uma em cinco estrelas pode suportar uma espécie de planeta do tamanho da Terra e com temperaturas médias semelhantes. Estes são também considerados habitáveis – ou seja, a Via Láctea poderá ser casa de dezenas de biliões de nossos “primos”.

Com tantos factos a levarem-nos para o mesmo caminho, por que razão ainda não descobrimos vida extraterrestre?

Em primeiro lugar, todos os nossos esforços para reconhecimento de Marte, por exemplo, procuram encontrar locais onde possamos encontrar vida – e não encontrar vida em si. Marte é a hipótese favorita para encontrar vida, mas há especialistas que prefeririam as luas de Saturno e Jupiter. Aqui, porém, o financiamento é baixo, pelo que o progresso não é muito grande.

Uma segunda hipótese de procurar provas de vida é perceber qual a atmosfera de planetas junto de outras estrelas. Isto é feito através de uma técnica da astronomia denominada espectroscopia – uma abordagem que permitira aos pesquisadores compreender a composição de uma atmosfera a vários anos-luz de distância. E embora uma experiência para encontrar oxigénio ou metano noutros locais seja difícil de descrever, ela é possível – os cientistas poderiam construir esta estratégia numa dúzia de anos mas, uma vez mais, não há dinheiro para o fazer.

Uma terceira abordagem seria procurar além dos micróbios por vida inteligente, espionando através de siansi de rádio e luzes de laser. Mais antenas e receptores poderiam acelerar essa busca, mas, mais uma vez, o financiamento é um factor limitante.

Para 2015,a proposta de orçamento para a agência norte-americana NASA é de €1,8 mil milhões (R$ 5,6 mil milhões) para ciência planetária, astrofísica e continuação de trabalho no telescópio de James Webb. O orçamento para o SETI (Procura de Vida Extraterrestre), que assume esta terceira abordagem a encontrar vida noutro planeta, é ainda menor.

Ou seja: não sabemos exactamente se existe vida no espaço, ainda que todos os caminhos sigam esta direcção. Mas os investimentos para chegar a esta certeza são risíveis – e assim torna-se complicado resolver este puzzle. Por que razão não descobrimos vida extraterrestre? Por questões financeiras, em último caso, e políticas, em primeira instância.

Foto: Kevin Dooley / Creative Commons





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...