Por que razão o Stade de France foi invadido por traças?

Desde 28 de Maio de 2010 que a França sabia que organizaria o Campeonato Europeu de futebol em 2016, o Euro 2016, mas nem os seis anos de antecedência conseguiram evitar que uma praga de traças se apoderasse do Stade de France, local da final, ontem.

As imagens das traças correram mundo e foram recebidas com incredulidade. Mas afinal, o que se passou para que as traças tivesse escolhido o 10 de Julho para chegar ao principal estádio da capital francesa?

Durante todo o jogo, milhares de grandes traças pretas voaram no relvado e bancadas do estádio, com capacidade para 80.000 espectadores, deixando jogadores e árbitros estupefactos – uma delas aterrou na cara de Cristiano Ronaldo na hora da substituição do jogador português.

Segundo o britânico The Telegraph, a decisão de deixar as luzes do estádio ligadas na noite anterior ao jogo deverá ter contribuído para explicar a bizarra decisão. “É incrível, o estádio está cheio de traças”, tuítou o antigo futebolista Ruud Gullit, antes do jogo.

O também britânico Guardian explica que as traças – autographa gamma – são uma espécie migratória que se move pelo norte da Europa, a cada Verão, procurando locais para se reproduzir. No Inverno, volta ao sul europeu – está presente em Portugal, também.

“Os indivíduos têm se migrar e escolher os ventos certos para voar a diferentes altitudes, para maximizar a eficiência da sua migração. É algo bastante inteligente”, explicou Richard Fox, da Butterfly Conservation.

O jornal confirma que, numa noite quente de Verão, as luzes do estádio funcionaram como um enorme chamativo para as traças. Que desapareceram da relva urante o jogo. “Quando chegaram aqueles grandes mamíferos a saltar na relva, as traças voaram”, gracejou Fox.

Durante o jogo, que se realizou no Norte de Paris, a temperatura situou-se nos 28 graus. Um clima perfeito para as traças se ambientarem ao jogo, que resultou numa importante mas talvez inesperada vitória da selecção portuguesa.