Porco é submetido a tratamento para cancro linfático
Quando George Goldner foi alimentar os seus seis porcos de estimação no início deste ano, o Nemo – com quatro anos e 331 Kg – agia de forma estranha. De repente, parou de comer e deitou-se na lama. Quando Goldner o levou para o Cornell University Hospital for Animals (CUHA), em Ithaca, Nova Iorque, descobriu que o seu porco tinha um linfoma com células cancerígenas de tipo B no sangue.
Os veterinários nunca tinham tratado um porco com cancro. Mesmo assim, baseando-se no conhecimento em seres humanos e cães, avançaram com uma estratégia. Hoje, após quatro meses da chegada do Nemo ao hospital, ele faz história como o primeiro porco conhecido a ser submetido, com sucesso, a um tratamento para o linfoma. Os investigadores estão esperançosos de que o caso sirva para garantir avanços no tratamento de cancro em animais de grande porte.
Como os porcos têm pescoços maiores do que os seres humanos, as suas veias são de difícil acesso, o que torna impossível administrar muitos dos agressivos medicamentos necessários para a quimioterapia, explica o Huffington Post.
Os médicos do CUHA consultaram investigadores em outras áreas antes de implantarem uma entrada de acesso vascular – uma pequena porta de metal com uma capa de silicone – directamente sob a pele do Nemo, atrás da orelha.
Essa porta continha um cateter que percorria a veia jugular no pescoço, permitindo ao animal receber o mesmo tratamento administrado a cães e seres humanos. Graças à técnica, o cancro está em remissão e o Nemo vai poder voltar para casa em Setembro.
Tanto o dono como os médicos recusam-se a especificar os valores do tratamento. Mas o custo de quimioterapia para um golden retriever, de porte médio, varia entre os €3.000 (R$ 8.885) e os €3.783 (R$ 11.106) – e o Nemo tem sete ou oito vezes esse tamanho.
Embora algumas pessoas possam criticar o custo do tratamento de animais de grande porte, a verdade é que as terapêuticas para o cancro em cães e gatos já são uma prática comum em alguns países – cabe aos donos decidir se estão ou não dispostos a pagar.