Porque é que mantém a sua casa tão fria? A ciência diz: Pergunte aos seus pais



A temperatura da casa onde viveu durante a infância, entre outros fatores, pode ajudar a prever a regulação do seu termóstato.

A temperatura da casa de infância e a ligação à comunidade podem ajudar a prever a forma como os residentes dos EUA regulam os seus termóstatos, oferecendo novas formas de incentivar a conservação de energia e combater as alterações climáticas, revela um estudo publicado na revista PLOS Climate por Dritjon Gruda da Universidade Nacional da Irlanda Maynooth e Paul Hanges da Universidade de Maryland.

Metade do consumo anual de eletricidade dos agregados familiares nos EUA destina-se a aquecimento e refrigeração, mas menos de 50% dos proprietários ajustam os seus termóstatos para poupar energia ao longo do dia.

Reduzir o consumo de energia residencial (que ocupa 21% do total do gráfico dos EUA) é, portanto, uma estratégia promissora para reduzir o consumo nacional de energia e diminuir a queima de combustíveis fósseis. Mas, primeiro, os cientistas procuram uma forma fiável de fornecer provas aos decisores políticos para incentivar a conservação de energia em casa.

Para investigar a razão pela qual os adultos americanos aquecem e arrefecem as suas casas da forma como o fazem, Gruda e Hanges realizaram um inquérito a 2.128 participantes, que indicaram as definições médias do termóstato de inverno nas suas casas atuais e de infância.

Também avaliaram a sua ligação emocional às suas comunidades atuais, uma métrica designada por “adequação à comunidade”. Os investigadores controlaram a idade, o género e o rendimento do agregado familiar, e os participantes eram representativos da população dos EUA.

Os resultados indicaram que as temperaturas das casas dos participantes na infância previam positivamente as temperaturas das suas casas atuais.

Por exemplo: entre as pessoas que vivem em locais de inverno frio, como Nova Iorque, as que foram criadas em casas mais quentes tendem a aumentar o termóstato mais do que as que foram criadas em locais mais frios.

Além disso, os investigadores observaram que os indivíduos com um forte sentido de pertença à comunidade tinham mais probabilidades de alinhar as suas definições de temperatura doméstica com as dos outros membros da sua comunidade.

Por exemplo: um nova-iorquino com fortes laços comunitários pode manter o seu clima interior mais fresco, enquanto alguém menos apaixonado pela Big Apple pode aumentar o aquecimento.

Estes resultados sugerem que “os decisores políticos poderão ter de se orientar para campanhas que ressoem profundamente com a identidade e os valores únicos das comunidades individuais” para incentivar a conservação de energia, afirmam os investigadores.

Os autores reconhecem que a ligação à comunidade pode não se traduzir diretamente em poupanças de energia, especialmente em comunidades abastadas, e encorajam a realização de estudos longitudinais que abordem o rendimento do agregado familiar e outros fatores contributivos.

“A adequação à comunidade determina o nível de regulação do termóstato durante o inverno e a quantidade de energia de aquecimento que se poupa”, concluem.





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