Por que razão a McDonald’s deixou a Bolívia?



Em 2002, um a um, todos os restaurantes da McDonald’s na Bolívia fecharam, depois de vários anos de prejuízo financeiro e a noção de que a fast food tinha sido severamente rejeitada pelos consumidores do país sul-americanos.

Segundo o site Natural Food, os bolivianos não acreditam em comida preparada em tão pouco tempo. Cerca de 60% da população boliviana é indígena, não vendo qualquer valor em gastar dinheiro no McDondald’s – ainda que os preços sejam, na verdade, mais baixos.

A multinacional norte-americana não conseguiu convencer os bolivianos a interessarem-se pela fast food, explica o Natural News, e os últimos oito restaurantes que ainda permaneciam no país – em La Paz, Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra – apresentavam prejuízos há uma década, quando fecharam.

A McDonald’s tentou mudar os hábitos dos consumidores, explica o site, mas nem a perseverança nem a extensão da rede o conseguiu fazer. Burger King e Subway, rivais da multinacional dos arcos dourados, continuaram no país, mas têm poucas lojas e não são propriamente um caso de sucesso.

Em 2011, um grupo de marketers tentou perceber porque razão falhou a fast food na Bolívia, tendo desenvolvido um documentário que concluiu que a forma de pensar dos bolivianos – e a relação dos bolivianos têm com o tempo de preparação da comida – vai contra a fast food.

“Enquanto outras culturas não vêem nenhum risco em comer na McDonald’s todas as semanas, os bolivianos acreditam que não vale a pena o risco de saúde. Eles querem refeições bem preparadas, locais, e querem perceber se as suas refeições são preparadas da forma correcta”, explica o Natural Foods.

O documentário entrevistou cozinheiros, nutricionistas, historiados e professores e percebeu que, na verdade, os bolivianos adoram hambúrgueres – mas preferem os “cholitas” vendidos nas ruas por milhares de mulheres indígenas.

Segundo o Take Part, a Bolívia continua h0je com os mesmos problemas de nutrição do resto do mundo  – malnutrição, diabetes e obesidade. Ainda assim, o País tem uma das pegadas carbónicas mais leves do mundo, baseando a sua alimentação nos recursos locais e tradição. “A Bolívia pode ser um exemplo para o resto do mundo, no que toca a um sistema de alimentação mais saudável e baseado na comunidade”, conclui o site.

Foto:  taestell / Creative Commons





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