Porque razão uma estrada escocesa tem as linhas tortas?
A estrada escocesa A811, entre Stirling e Loch Lomond, sempre deu problemas aos polícias, automobilistas e habitantes da pequena vila de Arnprior, por ela atravessada. Com um limite de 50 km/h, a estrada convidava – e convida – a altas velocidades, razão pela qual, em Abril de 2013, uma reunião entre o executivo local, habitantes e os responsáveis pela estrada resolveu reforçar os limites de velocidade e lançar novas medidas de acalmamento do trânsito.
O que aconteceu, porém, causou estranheza em Arnprior: as linhas de separação das vias foram, propositadamente, desenhadas de forma torta, de forma a reduzir as velocidades praticadas pelos automobilistas.
Segundo Danny Gibson, autarca local, as linhas tortas e as marcas vermelhas laterais “influenciam o comportamento dos condutores e encorajam-nos a reduzir a velocidade do veículo”. O objectivo, explicou Gibson ao Daily Record, é enganar os condutores, levando-os a pensar que a superfície de estrada é desnivelada e que aqueles devem abrandar. Mas a ilusão de óptica não está a convencer os habitantes – que desconfiam também do custo da obra, 50% mais caro que o desenho de linhas simétricas.
No entanto, como admite o Mental Floss, existe uma teoria por trás desta iniciativa. Segundo um estudo da Universidade de Leeds, as mudanças verticais que existem nas auto-estradas britânicas reduzem a velocidade média da condução. Mais do que qualquer outra medida de acalmia de trânsito.
De qualquer forma, Arnprior passou a ser uma atracção turística, pelo que, durante os próximos meses, a estrada receberá muitos condutores e, eventualmente, será ainda menos segura.
Em Fevereiro de 2014, a vila de Wimborne, no sudoeste britânico, decidiu pintar as linhas da estrada de forma assimétrica – tal e qual este troço da A811. O resultado foi de tal maneira catastrófico que a localidade rapidamente voltou atrás na decisão e repintou o pavimento.
Escrever direito por linhas tortas não é fácil – é uma tarefa, claramente, reservada a entidades superiores.