Porto de pescas na ilha Terceira desassoreado 20 anos depois da última intervenção
O desassoreamento da baía do porto de pescas de São Mateus, nos Açores, ficará concluído este semana, adiantou o secretário regional do Mar, lembrando que há duas décadas que não era feita uma intervenção no local.
“Desde o mês de setembro que procedemos a uma dragagem a todo o espelho de água do porto de pesca de São Mateus da Calheta, porquanto há cerca de 20 anos não existia desassoreamento do mesmo”, afirmou o titular da pasta do Mar nos Açores, Manuel São João, à margem de uma visita ao local.
Segundo o governante, a intervenção, reivindicada pela Associação de Armadores da Ilha Terceira, vai “proporcionar melhores condições de operacionalidade” no porto, que tem a segunda maior comunidade piscatória dos Açores.
“Já aquando da baixa-mar e em determinados locais, nomeadamente junto da bomba de combustível e junto ao edifício da lota, por vezes algumas embarcações ficavam com a quilha a roçar o fundo. Era uma preocupação da associação e dos armadores que nos tinham relatado esta questão já há algum tempo”, afirmou Manuel São João.
O presidente da Associação de Armadores da Ilha Terceira, Paulo Melo, disse que a limpeza, reivindicada “há uns anos”, vai trazer “maior segurança” aos pescadores.
“Era muito necessária. O calado dos barcos já estava a tocar no fundo. A gente precisava urgentemente de fazer esta limpeza ao Porto de São Mateus”, frisou.
“Os barcos atualmente quando estiverem encostados ao cais podem carregar os aparelhos para irem para o mar e o calado do barco não toca no fundo”, acrescentou.
Segundo Manuel São João, já tinha existido uma primeira limpeza, em setembro, mas o barco “não conseguiu limpar do cais”, por isso foi programada uma segunda intervenção, que deverá estar concluída nos próximos dias.
O secretário regional do Mar salientou que, apesar de o investimento não ser significativo, terá impacto na vida dos pescadores daquele porto.
“Temos tentado nos portos e núcleos de pesca da região proceder a pequenos arranjos, em que por vezes não é tanta a expressão económica que está em causa, mas estar em sintonia e diálogo com as associações e com os armadores, que são quem utiliza as infraestruturas”, apontou.