Portugal: 12 em cada 60 minutos de produção de electricidade é gerada pelas eólicas
A produção total de energia eléctrica a partir de fontes renováveis baixou 18% em relação a 2011, de acordo com um relatório apresentado pela Quercus e APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis.
As renováveis foram responsáveis por 38% do total da produção de electricidade em Portugal continental no ano de 2012, quando em 2011 este valor tinha sido 46%. Na verdade, porém, este resultado é consequência directa da menor produção da grande hídrica. Assim, e aplicando a correcção da hidraulicidade – que retira o efeito da variabilidade entre anos secos e húmidos – em 2012 a percentagem de renováveis na produção de electricidade passa para 52%, o que representa um aumento face aos 47% registados em 2011.
No entanto, a produção da electricidade de origem renovável em regime especial (a PRE-FER, ou seja, toda a renovável excepto a grande hídrica) aumentou em relação a 2011, tendo sido responsável por 27% de toda a electricidade produzida em Portugal Continental em 2012, comparativamente aos 25% de 2011.
Este aumento deve-se sobretudo à energia eólica, que garantiu 20% da produção eléctrica e aumentou 11% em relação a 2011. Ou seja, em cada hora de consumo de electricidade em 2012, dezasseis minutos tiveram origem nestas centrais renováveis (PRE-FER), dos quais doze minutos foram produzidos pela energia eólica.
A electricidade de origem fóssil ainda foi a principal forma de produção de electricidade, com o carvão a representar a maior fatia, correspondente a 24% da produção, ou seja, um aumento de 33% face a 2011, em detrimento do gás natural, que diminuiu 45%.
Analisando por fonte, a eólica merece um lugar de destaque tendo atingido os 10 TWh (Terawatt-hora) de produção anual, ficando em segundo lugar atrás do carvão como a principal fonte de produção de electricidade em Portugal Continental. No dia 14 de Dezembro foi atingido o máximo histórico, em que a eólica contribuiu com 54% de todo o consumo nesse dia.
Apesar de ter registado um aumento de 32%, a produção de electricidade a partir da energia solar fotovoltaica ainda continua com um peso bastante reduzido no mix eléctrico, correspondendo apenas a 1% da produção total, o que evidencia que Portugal não tem potenciado o aproveitamento desta fonte de energia renovável.
De destacar ainda o aumento de 181% do saldo importador, que se estabeleceu como a terceira maior fonte para satisfazer o consumo de electricidade em Portugal Continental, a contrariar a descida de 46% da grande hídrica face a 2011.
Um outro dado importante também a reter é a redução do consumo de electricidade da ordem de 2,8% (3,6% considerando a correcção relacionada com os dias feriados e o clima), em relação a 2011, claro resultado do abrandamento da actividade económica associado a uma contracção estimada do PIB da ordem dos 3%.
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