Portugal: Emissões de CO2 aumentaram 0,3% em 2010, abaixo do previsto no Protocolo de Quioto
A crise económica que afecta as indústrias poluentes e os transportes, uma maior eficiência energética e as energias renováveis levaram Portugal a aumentar apenas 0,3% as suas emissões de gases com efeito de estufa, em 2010.
De acordo com dados provisórios avançados pela Agência Europeia do Ambiente (AEA), em 2010 Portugal emitiu 74,8 megatoneladas (Mt) de gases com efeito de estufa, mais 0,2 Mt do que em 2009. Nesse ano, recorde-se, as emissões desceram 4,23% em relação a 2008.
Estes números mostram que Portugal está abaixo dos limites impostos pelo Protocolo de Quioto, que são de cerca de 77 Mt por ano. Se as emissões não piorarem em 2011 e 2012, Portugal consegue cumprir este acordo.
No ano passado, tal como em 2009, cada português emitiu sete toneladas de dióxido de carbono. Por outro lado, em 2010 foram emitidos 551 gramas de CO2-eq (dióxido de carbono equivalente) por cada euro de riqueza gerada.
Em relação à União Europeia, porém, a subida das emissões de CO2 foi de 2,4% – depois da descida de 7% em 2009. No total, os 15 países mais antigos da União Europeia – nos quais se inclui Portugal -, emitiram mais 2,3%. Aqui, a Áustria, a Itália e o Luxemburgo “não estão no bom caminho”, de acordo com a AEA.
Leia o relatório provisório da AEA (o excerto e estudo completo) neste link.
Este ano, e até Setembro, o peso das energias renováveis, em Portugal, desceu, assim como o consumo de electricidade. Assim, o peso das renováveis na produção eléctrica desceu 54,2%, em 2011, em relação ao ano anterior, para os 47,3%. O consumo de electricidade também desceu, mas bastante menos, 2,4% – sobretudo devido ao Verão ameno e crise económica.
Ainda assim, e apesar de uma descida do peso das renováveis ter levado ao maior recurso às centrais térmicas a carvão e Sines e Pego, Portugal não deverá ultrapassar os limites de Quioto.