Portugal investe 6,3 milhões de euros para impulsionar a Economia Circular no setor dos Plásticos



Portugal lançou o  projeto Better Plastics, uma iniciativa sustentada num ecossistema de inovação do setor dos plásticos, constituído por toda a sua cadeia de valor – desde a indústria química, aos produtores de matérias primas, às empresas de transformação, marcas próprias, retalhistas, empresas de reciclagem e entidades gestoras de resíduos, – através do desenvolvimento de novos materiais, produtos e tecnologias que vêm responder aos desafios atuais e das futuras gerações.

Esta iniciativa é promovida pela APIP (Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos) e envolve 52 empresas para impulsionar a economia circular no setor.

Segundo Bruno Pereira da Silva, Coordenador Científico do Projeto, citado em comunicado, “o Better Plastics permitiu desenvolver mais de 10 produtos, 15 materiais e 3 tecnologias inovadoras e sustentáveis, num investimento de 6,3 milhões de euros”. Ao nível da Circularidade pelo Design de Material, foram desenvolvidas novas soluções para embalagens alimentares que incorporam reciclado e são recicláveis no seu fim de vida, assim como novos materiais biocompostáveis, alinhados com os ciclos de compostagem industrial, para sacos muito leves para embalar frutas e legumes, com possibilidade de serem reutilizados para o acondicionamento de biorresíduos domésticos.

Na vertente da Circularidade pelo Design de Produto, foram desenvolvidas embalagens de uso alimentar, para o setor das bebidas e dos produtos lácteos, com menores quantidades de material e com incorporação de material reciclado, com características de reutilização e elevada reciclabilidade. Foram também desenvolvidas embalagens para a indústria médico-farmacêutica e componentes para o setor rodoviário e automóvel, baseadas no eco-design e na incorporação de materiais reciclados e recicláveis no seu fim de vida.

Na área da Circularidade pela Reciclagem, foram desenvolvidas novas tecnologias de pré-tratamento para a redução de contaminantes orgânicos, tintas e odores, permitindo aumentar a qualidade dos plásticos reciclados obtidos por via da reciclagem mecânica, assim como novas soluções de materiais provenientes da reciclagem mecânica e química.

Por fim, no âmbito da Circularidade pelas matérias-primas alternativas, foram desenvolvidos novos materiais biodegradáveis, baseados na valorização de resíduos alimentares e da biomassa, assim como a produção de fibra de carbono verde a partir de um precursor natural.

“Graças à sua versatilidade e alta eficiência de recursos, o plástico tornou-se um material extremamente importante e omnipresente na economia e na vida quotidiana, permitindo ajudar a enfrentar uma série de desafios com que se depara a nossa sociedade. No entanto, o setor reconhece a necessidade de repensar a forma como utilizamos e gerimos o plástico”, sublinha o comunicado.

“O Projeto Better Plastics surge como uma resposta a este desafio”, refere Amaro Reis, Presidente da APIP, acrescentando que “através do desenvolvimento de novos materiais, produtos e tecnologias, estamos a impulsionar a transição do setor dos plásticos para uma economia circular. O setor está comprometido na procura de soluções inovadoras que permitam aproveitar ao máximo os benefícios do plástico, ao mesmo tempo em que minimizamos seu impacto ambiental.”

Recorde-se que, segundo a ONU, a população mundial deverá atingir os 9,8 bilhões em 2050. Seremos mais, viveremos mais tempo e necessitaremos de mais bens, pelo que o aumento do uso de recursos, incluindo o plástico, será inevitável. A promoção da redução, reutilização e reciclagem dos recursos será fundamental para que estes sejam geridos de forma eficiente, onde as estratégias de eco-design terão um papel fundamental.

Os resultados deste projeto mobilizador, hoje constituído por 52 membros da cadeia de valor do setor dos plásticos em Portugal, será apresentado no próximo dia 21 de junho, na Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa. A sessão contará ainda com uma mesa-redonda dedicada ao tema “Novos comportamentos na gestão dos recursos na era da digitalização e da inteligência artificial”.





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