Portugal quer duplicar plataforma continental



“Este é um momento histórico que aguardávamos desde a apresentação da proposta portuguesa à ONU em 2009”, disse Isabel Botelho Leal, a coordenadora da Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), à Lusa, tal como surge citada em vários meios nacionais.

A responsável explicou ainda que neste momento a reunião é “eminentemente técnico científica” (hidrografia, geologia e geofísica), e deverá decorrer à porta fechada, mas irá também “definir a agenda de trabalhos a realizar com a Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) das Nações Unidas”. Para a coordenadora é expectável que o processo demore ainda mais dois ou três anos, mas se as nossas pretensões forem aceites Portugal poderá duplicar a sua plataforma continental, isto é a nossa jurisdição sobre o solo e subsolo marinho para os quatro milhões de quilómetros quadrados.

Se isso acontecer o “país tem que continuar a investir no mar, a investigar, a procurar novos recursos para aproveitar. Se nada fizer é como ter um terreno baldio, de nada serve”, salientou por seu lado Miguel Marques, da consultora da PwC, acrescentando por outro lado que se o fizer  “Portugal vai ter a oportunidade de duplicar a sua riqueza”.

E a aposta será sobretudo numa economia verde, como explicou também Isabel Botelho Leal, lembrando que “os potenciais impactos económicos e sociais serão muito positivos, sobretudo a médio e longo prazo, sendo certo que o pressuposto da economia azul é uma economia do mar sustentável que proteja e regenere o meio marinho. No futuro, existindo a tecnologia adequada, poderá ser economicamente viável a utilização dos recursos biológicos e minerais existentes na plataforma continental”. Antes ainda lembrou que Portugal já estabeleceu Áreas Marinhas Protegidas, “não só no seu mar territorial e na Zona Económica Exclusiva, mas também na plataforma continental para além das 200 milhas náuticas, e estabeleceu o compromisso de  “duplicar essas áreas, atingindo 14% da área marítima até 2020”, e a concretização de programas de recolha e limpeza do lixo oceânico. 

Foto: Wiki Commons





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