Portugueses são os que exigem sanções mais severas e responsabilização das empresas face ao greenwashing
No âmbito do Dia Mundial da Ação Climática, celebrado a 24 de outubro, a MARCO, agência internacional de comunicação, apresenta as principais conclusões da segunda vaga do seu Relatório Global de Consumo, dedicada à Sustentabilidade.
Uma das principais conclusões do estudo revela que 91% dos portugueses defendem sanções mais severas e uma maior responsabilização das empresas face ao greenwashing, colocando Portugal na liderança entre os países analisados quanto ao peso da responsabilidade corporativa na sustentabilidade.
Baseado nas respostas de 4,500 consumidores de sete países (Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, México e Brasil), o estudo analisa o impacto crescente da sustentabilidade nas decisões de compra, ações empresariais e na perceção do papel dos governos.
O desafio do greenwashing
Os dados do estudo revelam que os portugueses estão atentos ao posicionamento das empresas sobre a sustentabilidade, demonstrando um elevado nível de desconfiança. Em resposta a essa perceção, 91% dos inquiridos em Portugal apoiam a aplicação de sanções mais rigorosas para combater o greenwashing.
“Como responsáveis de comunicação, temos um papel fundamental na luta contra o greenwashing. A nossa responsabilidade vai além da narrativa — trata-se de garantir que todas as mensagens são transparentes, baseadas em dados e alinhadas com ações reais. Num contexto em que as regulamentações se tornam mais rigorosas e os consumidores mais exigentes, agências como a MARCO ajudam as marcas a construir uma comunicação sustentável, autêntica e mensurável”, afirma Emmanuelle Jacquety, ESG Lead da MARCO.
Sustentabilidade como fator de decisão de consumo
A sustentabilidade tornou-se um critério essencial na relação entre consumidores e marcas. A nível global, 65% dos inquiridos afirmam estar dispostos a alterar os seus hábitos de consumo com base no desempenho ambiental de uma marca. No contexto nacional, estes valores sobem significativamente: 72% dos portugueses afirmam que mudariam as suas escolhas caso uma marca demonstrasse maior compromisso com a sustentabilidade.
Estes dados revelam a importância da transparência e credibilidade como fatores de lealdade com as marcas.
No entanto, o preço aparece como um obstáculo preponderante. Apesar da vontade dos portugueses optarem por produtos sustentáveis, ainda persiste alguma resistência em pagar um valor acrescido por produtos fabricados com materiais reciclados ou sustentáveis. Apenas 56% dos consumidores nacionais estão dispostos a esta mudança.
Imagem 3. Está disposto a pagar um preço mais elevado por produtos fabricados com materiais reciclados ou sustentáveis?
Exigência em relação ao papel dos governos
Para além das marcas e empresas, os governos são também responsabilizados pela aplicação de medidas sustentáveis. A par do Brasil, Portugal é um dos países mais críticos sobre a atuação governamental nesta área. Quatro em cada cinco portugueses (84% dos inquiridos), consideram que as ações governamentais em prol da sustentabilidade são insuficientes. Por outro lado, países como a Alemanha e a França apresentam maior otimismo em relação aos seus governos.
Esta perceção reforça a importância de uma colaboração mais eficaz entre governos, empresas e cidadãos para responder aos principais desafios relacionados com a sustentabilidade.