Preço dos alimentos subiu quase 30% face a 2020
O ano de 2021 terminou com o Índice de Preço dos Alimentos da Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) a atingir 125,7 pontos, o valor mais alto dos últimos dez anos. Esta média anual só foi superior em 2011, quando se registou um valor de 131,9 pontos.
O preço dos alimentos subiu 28.1% comparativamente ao ano homólogo, tendo todos os índices de cereais, óleo vegetal, lacticínios, açúcar e carne, registado uma média mais alta.
Apesar destes valores, o mês de dezembro teve uma redução dos preços internacionais em todos os índices, exceto no dos lacticínios, que continuam a aumentar desde agosto, principalmente devido à grande procura global de importação e à restrita oferta de exportação das regiões produtoras. Neste último setor, deu-se um aumento dos preços de 16,9% face a 2020.
No setor dos cereais, deu-se um aumento de 27.2% dos preços, em relação a 2020, a maior média de que há registo desde 2012. O arroz foi o cereal que mais viu os preços cair em 2021 – a grande disponibilidade de exportação levou à competição dos fornecedores e consequente redução dos preços.
No caso dos óleos vegetais, atingiu-se um recorde anual, com um aumento dos preços em 65,8%, comparativamente a 2020. A média de 164,8 pontos superou todos os registos deste setor desde 2004. Embora o óleo de palma e de girassol tenham apresentado uma descida, os de óleo de soja e colza mantiveram-se quase inalterados.
Já no setor da carne, registou-se um valor 12,7% acima do ano anterior, destacando-se a carne ovina com o maior aumento dos preços. Seguem-se neste aumento as carnes bovina e de aves, no entanto, a carne suína apresentou uma contínua queda dos preços, descendo pela sexta vez no mês de dezembro.
Por último, o setor do açúcar teve também um aumento de 37,5% dos preços, em relação a 2020, o maior de que há registo desde 2016. A redução da produção de açúcar no Brasil e o aumento da procura levou à subida dos preços.