Procura pelo viagra dos Himalaias está a pôr em causa ecossistemas de Nepal e Tibete
A demanda pelo Yarsagumba, mais conhecido como o viagra dos Himalaias, pode estar a causar danos ecológicos persistentes para as regiões de alta altitude onde ele existe. O fungo está a ser perigosamente colhido em excesso para abastecer o mercado chinês, revela um novo estudo.
O fungo é conhecido pelas suas propriedades medicinais e pode ser encontrado no alto da região montanhosa dos Himalaias, onde é um sustento vital, mas cada vez mais frágil, para os agricultores pobres na zona rural do Nepal e do Tibete.
O suplemento forma-se quando um fungo parasita infecta lagartas que escavam debaixo do solo. “Depois de o fungo mumificar a lagarta no subsolo, ela é empurrada para fora da terra. É esta protuberância minúscula que os ceifeiros passam semanas, a cada primavera, a procurar”, explicou a CNN.
Investigadores revelam que o Himalayan Viagra pode custar até €74 (R$ 199) por grama na China, tornando-o potencialmente mais valioso do que o ouro. O crescimento lucrativo do fungo tem também contribuído para o aumento da violência – em 2009, sete agricultores foram mortos em disputa pela colheita, adianta o Huffington Post.
A revista Scientific American descreve que o fungo é geralmente cozido, para ser depois consumido em chás ou sopas. Durante séculos acreditou-se que servia para aumentar a libido e até mesmo para curar cancros. Carroll Dunham, uma antropóloga médica que trabalha no Nepal, disse à BBC: “O Yarsagumba funciona de forma semelhante ao viagra. É considerado ser útil para a impotência em homens e como sendo um grande estímulo”.
Devido à escassez de regulação que proteja o fungo, enfrenta-se o risco de este ser colhido até à extinção, o que seria desastroso para o ecossistema da região e para os agricultores que sobrevivem graças a ele.