Produção de biocombustível desceu pela primeira vez em 10 anos



Em 2011, e pela primeira vez na última década, a produção de biocombustíveis decresceu em relação ao ano anterior, dos 1.822 milhões de barris/dia para os 1.819 milhões.

Esta descida na produção de biocombustível, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia, deveu-se às fracas margens no mercado brasileiro e Estados Unidos, os dois maiores fabricantes de biocombustíveis do mundo. Os altos preços do milho e açúcar são os responsáveis por estas margens diminutas.

De resto, os Estados Unidos continuam a dominar o mercado, com 50% de quota, seguido do Brasil, com 22,2%. A Europa detém 11,1% e o resto do mundo produz os restantes 16,7%.

Recorde-se que a produção de biocombustíveis tem sido muito criticada ao longo dos anos, sobretudo porque aproveita as culturas de milho, trigo e açúcar – quando há milhões de pessoas, globalmente, a passarem fome.

Curiosamente, este leve decréscimo na produção de biocombustível coincide com o fim do subsídio norte-americano a esta indústria. A 1 de Janeiro de 2012, o Governo norte-americano retirou €4,6 mil milhões (R$ 13,6 mil milhões) anuais em subsídios, que visavam encorajar a indústria local.

E se esta notícia veio aliviar o preço destes cereais, a verdade é que terá um efeito contrário, por exemplo, nos preços dos combustíveis fósseis. “Quanto menos biocombustível houver no mercado, mais gasolina precisaremos”, explicou ao Financial Times a analista Amrita Sen, do Barclays. É nesta equação que continuaremos a viver, pelo menos nos próximos anos.





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