Produção de energia nuclear vai crescer 2,6%/ano até 2030



Apesar da catástrofe de Fukushima, no Japão, e a consequente resposta de vários Governos em prol do não-nuclear, a produção de energia nuclear deverá crescer 2,6% ao ano até 2030. Esta é uma das mais relevantes conclusões do Outlook da BP para o mercado da energia.

Segundo o estudo, o forte crescimento da produção a partir de fontes não convencionais de gás e petróleo terá grande impacto nos mercados globais de energia até 2013, o que levará à redefinição de expectativas e ao reequilíbrio de fluxos comercias globais.

Leia o estudo.

Ainda assim, os combustíveis fósseis continuarão a dominar, sendo que os combustíveis não fósseis terão uma parcela de 6-7%. O petróleo é aquele que apresentará um crescimento mais lento, com a procura a crescer a uma média de apenas 0,8% ao ano. Por outro lado, e embora a taxa de crescimento seja moderada, as emissões de carbono deverão ainda aumentar em 26% entre 2011-2030.

Finalmente, a procura global de energia continuará a aumentar a uma média de 1,6% ao ano até 2030, o que não é propriamente uma surpresa, tendo em conta o crescimento dos países em desenvolvimento.

O BP Energy Outlook 2030 é um estudo que faz a projeção das tendências ao nível do consumo de energia, bem como a sua relação com o desenvolvimento económico e com as alterações climáticas.

Resumo do estudo

Energia Primária

O BP Energy Outlook 2030 revela que até 2030 a procura global de energia continuará a aumentar a uma média de 1,6% ao ano. Até 2020 o crescimento deverá alcançar uma média de 2%, para depois ficar nos 1,3% até 2030. 93% desse crescimento será atribuído a economias não membro da OCDE, com a China e a Índia a serem responsáveis por mais de metade desse crescimento. Aliás, em 2030 o consumo de energia nas economias não membro da OCDE deverá ser 61% mais do que em 2011. Na OCDE o consumo terá crescido apenas 6%, e deverá mesmo cair em consumo per capita.

Enquanto o fuel mix regista evolução, os combustíveis fósseis continuarão a dominar. Petróleo, gás e carvão deverão convergir em 2030 para quotas de mercado a rondar os 26-28%; os combustíveis não fósseis – nuclear, hidroelétrico e energias renováveis – terão uma parcela de 6-7%.

Petróleo

Dos principais combustíveis, o petróleo é aquele que apresentará um crescimento mais lento, com a procura a crescer a uma média de apenas 0,8% ao ano. No entanto, registar-se-á ainda uma procura de petróleo e outros combustíveis líquidos – estima-se que em 2030 haverá uma procura diária de 16 milhões de barris. Todo a procura virá de países fora da OCDE – China, Índia e Médio Oriente serão em conjunto os grandes responsáveis por quase todo o crescimento da procura.

Em 2030 a oferta de petróleo e outros combustíveis líquidos (incluindo os biocombustíveis) virá sobretudo das Américas e Médio Oriente. Mais de metade do crescimento virá de fontes fora da OPEP – nos EUA a produção de ‘tight oil’ sofrerá um aperto; os depósitos de areia betuminosa do Canadá, as águas profundas do Brasil e os biocombustíveis compensam o declínio dos locais maduros. O incremento da produção de novos recursos petrolíferos resultará na ultrapassagem dos EUA pela Arábia Saudita, que se tornará em 2013 o maior produtor mundial de líquidos. Nos EUA as importações de petróleo deverão cair 70% entre os anos de 2011 a 2030.

A produção nos países da OPEP deve cair refletindo assim a produção nos países não-OPEP. No entanto, é expectável que a OPEP recupere a sua quota de mercado um pouco depois de 2020.

Gás

O gás natural assume-se com o combustível fóssil de mais rápido crescimento – o aumento da procura média será de 2% ao ano. Serão os países não-OCDE quem irá gerar um aumento da procura na ordem dos 76%. A produção de Gás Natural deverá crescer duas vezes mais rápido que o consumo, a uma média de 4,3% ao ano, a que corresponde um crescimento da oferta na ordem dos 27% para 2030.

Na América do Norte a produção de ‘shale gas’ deverá diminuir a partir de 2020 e aumentar noutras regiões. Contudo espera-se que em 2030 a América do Norte detenha ainda 73% da produção mundial.

Carvão

Depois do petróleo, o carvão deverá ser o combustível de mais lento crescimento, com a procura a crescer em média 1,2% até 2030. A procura virá apenas da China e da Índia, cujo consumo passará de 27% em 2011 para 65% em 2030. Em 2024 a Índia deverá ocupar o segundo lugar dos países consumidores de carvão, ultrapassando assim os EUA.

Outros

Apesar da catástrofe de Fukushima, a produção de energia nuclear deverá crescer 2,6% ao ano até 2030. China, Índia e Rússia deverão responder por 88% do crescimento global. A China deverá mesmo passar a sua quota de geração de energia nuclear de 3% em 2011 para 30% em 2030, e ultrapassar os EUA enquanto maior produtor de energia nuclear em 2026.

A hidroeléctrica deverá conhecer um crescimento de 2,0% até 2030, com a China a Índia e o Brasil a liderarem. O Brasil em particular deverá gerir 72% da procura de energia até 2030 – 32% da procura total de energia.

As renováveis continuarão a ser as energias de mais rápido crescimento, crescendo a uma média de 7,6% ao ano até 2030. Enquanto as economias da OCDE registam um crescimento, os países fora da OCDE aproximam-se e deverão representar 41% do total em 2030.

Carbono

Embora a taxa de crescimento seja moderado, as emissões de carbono deverão ainda aumentar em 26% entre 2011-2030. Grande parte dessas emissões virá de países não membros da OCDE – até 2030 70% das emissões de CO2 deverão vir de fora da OCDE. No entanto, as emissões per capita em regiões não-OCDE será menos de metade da OCDE.





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