Produção renovável abastece 40% do consumo mais saldo exportador em 2017
Em 2017, a produção renovável abasteceu 40% do consumo mais o saldo exportador, com as centrais hidroeléctricas a representarem 11% do consumo, as eólicas 23%, a biomassa 5% e as fotovoltaicas 1,6%. A produção não renovável abasteceu os restantes 60% do consumo, repartido pelo gás natural com 34% e pelo carvão com 26%. O saldo exportador registado neste período equivale a 5,4% do consumo nacional. No mesmo período, o índice de produtibilidade hidroeléctrica situou-se em 0,47 (média histórica igual a 1), o terceiro mais baixo dos registos da REN, apenas superado pelos verificados em 1992 e 2005, e o índice de produtibilidade eólica em 0,97 (média histórica igual a 1).
Em Dezembro o consumo de energia eléctrica registou um forte crescimento homólogo de 4,1%, suportado por temperaturas inferiores às verificadas no mesmo mês do ano anterior. Considerando a correcção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis o consumo regista ainda assim uma evolução de 2,8%. Em 2017 o consumo totalizou 49,6 TWh, com um crescimento face ao ano anterior de 0,7%, ou +1,4% com correcção de temperatura e dias úteis. Trata-se do 3º ano consecutivo de crescimento dos consumos, que fica agora a cerca de 5% do máximo atingido em 2010.
As condições hidrológicas mantêm-se extremamente negativas com o índice de produtibilidade hidroeléctrica, em Dezembro, a situar-se em 0,28. Trata-se, para o mês de Dezembro, do 3º índice mais baixo registado pela REN (valores desde 1971). Na produção eólica as condições foram mais favoráveis com o índice de produtibilidade respectiva a situar-se ligeiramente acima dos valores médios, com 1,04. Este mês, as fontes renováveis abasteceram 45% do consumo de electricidade, enquanto a produção não renovável abasteceu 50% com o gás natural a representar 26% e o carvão 24%. O saldo de trocas com o estrangeiro foi importador representando cerca de 5% do consumo nacional.
Ano recorde para o consumo de gás natural em Portugal
Em 2017, o consumo de gás natural, impulsionado pelo mercado eléctrico, totalizou 69,7 TWh, com um crescimento de 24,8% face ao ano anterior, repartido por 79% no segmento do mercado eléctrico e 4,1% no mercado convencional. Trata-se do consumo anual mais elevado de sempre, ultrapassando em 21% o anterior máximo registado em 2010. No segmento do mercado eléctrico, o consumo foi igualmente o mais elevado de sempre, ultrapassando o anterior máximo de 2008.
Em Dezembro, no mercado de gás natural, registou-se a primeira queda homóloga verificada no consumo este ano, devido a uma redução de 14,5% registada no segmento de produção de energia eléctrica. No segmento convencional registou-se um crescimento homólogo de 1,9%.