Produtores de biocombustíveis defendem aumento da incorporação para 13 a 14%
A Associação Portuguesa dos Produtores de Biocombustíveis (APPB) defendeu hoje o aumento em dois a três pontos percentuais da meta de incorporação de biocombustíveis na gasolina e gasóleo rodoviários, atualmente de 11%, no Orçamento do Estado para 2023.
“Os produtores nacionais de biocombustíveis consideram que existem condições para a redução a curto prazo da emissão de gases de estufa nos transportes rodoviários e que Portugal pode poupar até um milhão de toneladas em emissões de dióxido de carbono por ano”, começou por afirmar a APPB, em comunicado.
Para isso, defendeu, “é necessário que Portugal siga a recomendação da União Europeia e aumente os níveis de incorporação real de biocombustíveis aquando do abastecimento dos automóveis e autocarros”.
Questionada pela Lusa, a APPB disse que, “de modo realista, o desejável será um aumento de 2 a 3 pontos percentuais”, sendo que, atualmente, a meta nacional de incorporação de biocombustíveis na gasolina e gasóleo rodoviários é de 11% em teor energético.
No entanto, a associação vincou ainda que “há claro espaço para evolução face à quota de incorporação real registada em 2021”.
Segundo uma análise da APPB, com base em números da Autoridade Tributária e do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), a incorporação real, em 2021, “situou-se em cerca de 6%, devido ao elevado, mas indispensável, teor de matérias residuais utilizadas na sua produção e que beneficiam de dupla contagem para efeitos de medição”.
A associação lembrou a notificação enviada pela Comissão Europeia, em maio, devido ao incumprimento do Governo na transposição da Diretiva Red II, que aumenta as taxas de incorporação de biocombustíveis como alternativa ecológica aos combustíveis fósseis.
“Ainda existe um potencial significativo de redução das emissões através do aumento da incorporação física de biocombustíveis”, apontou o secretário-geral da APPB, Jaime Braga, citado na nota enviada à comunicação social.
O responsável da associação afirmou ainda que “sem a substituição dos combustíveis fósseis por biocombustíveis teriam sido emitidas mais cerca de 780.000 toneladas de CO² [dióxido de carbono] em Portugal, em apenas um ano”.