Programação do Teatro Lu.Ca para 2021 a olhar para a ecologia e para o digital



Videojogos em palco, música, cinema e teatro, ao vivo e ‘online’, são algumas das propostas da programação do Teatro Lu.Ca, em Lisboa, para 2021, que apresentará também uma conferência internacional sobre crítica de artes performativas.

De acordo com a programação do Lu.Ca – Teatro Luís de Camões para os primeiros três meses de 2021, divulgada hoje pela EGEAC (empresa que gere os equipamentos culturais municipais de Lisboa), a temporada começa no dia 6 de janeiro com uma playlist do músico Dino D’Santiago para ouvir no Spotify do LU.CA, enquanto se perspetiva um 2021 “mais inclusivo, mais pacífico, mais verde”.

O cinema regressa ao teatro nos dias 16 e 17 de janeiro, com o Festival Play, prometendo “começar em verde”, com uma longa metragem documental intitulada “Uma Orquestra Especial” – coprodução do Brasil, Paraguai e Estados Unidos -, sobre um grupo musical de jovens do Paraguai que vive ao lado de um dos maiores aterros da América do Sul, e que toca música em instrumentos feitos inteiramente de lixo.

O Teatro Praga regressa ao palco da Calçada da Ajuda, entre 22 e 31 de janeiro, com nova incursão na obra de Shakespeare, desta vez em torno de “Macbeth”, apresentando um espetáculo dirigido aos mais novos e a professores, que junta literatura clássica e videojogos, intitulado “Macbad”.

Já no mês de fevereiro, o Lu.Ca sai de casa e leva leituras encenadas às escolas, a partir do livro “A Cruzada Das Crianças”, de Afonso Cruz, interpretadas por Vicente Wallenstein e Raquel Oliveira.

Entre os dias 05 e 13, será levado à cena um espetáculo de Crista Alfaiate, “Niet Hebben” (“Cartas Rejeitadas”), que volta a pegar nas cartas escritas à mão, para repensar alguns temas como o feminismo, a guerra e o pós-colonialismo, num mundo em que o Instagram, o Tiktok e o Facebook estão a dar cartas.

Partindo de textos conhecidos como a “Carta do Achamento do Brasil”, de Pero Vaz de Caminha, “Carta ao Pai de Kafka”, de Franz Kafka, “Carta a Bosie”, de Oscar Wilde, “Cartas Portuguesas”, de Mariana Alcoforado e “Novas Cartas Portuguesas”, de Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, este espetáculo dará também o mote para uma ação de formação para professores e educadores.

Ainda em fevereiro, o teatro regressa ao ‘online’, primeiro no dia 11, com música para dançar e festejar o Carnaval, escolhida por Tiago Miranda, e depois nos dias 20, 23, 25 e 27, com uma proposta do coletivo SillySeason, intitulada “Dicionário – uma viagem ao universo das palavras”, que consiste num jogo coletivo para crianças, que é também um desafio aos adultos que as acompanham.

Já em março, entre os dias 03 e 05, o Teatro Luís de Camões será palco de uma conferência internacional sobre crítica de artes performativas e os espetáculos para crianças e jovens, intitulada “Escrever às escuras” e organizada pelo Lu.Ca e pelo Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Este debate pretende refletir sobre a quase inexistente crítica a espetáculos para a infância e juventude, numa altura que a própria crítica de artes performativas se encontra em crise, e explorar o tema da crítica especializada sobre espetáculos para crianças e jovens públicos, entendendo-a como uma forma de exercício crítico e de cidadania, explicam os organizadores.

A fechar a primeira temporada de 2021, entre 19 e 28 de março, o coletivo Cão Solteiro, apresenta uma viagem pelo mundo das cores, a partir dos textos de Michel Pastoureau, Josef Albers e Ludwig Wittgenstein.

“Azul Vermelho Azul Manteiga” é um espetáculo de teatro para os mais novos, mas simultaneamente é uma aula de física e um jogo de cor inventado, que pretende ensinar a perceber a natureza das cores e a questionar o modo como se olha para as coisas, as casas, as plantas, os animais ou as pessoas.





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