Proibição da exportação de maçãs para a Europa preocupa consumidores americanos
Em Março, as autoridades de segurança alimentar europeias proibiram a importação de maçãs não-orgânicas norte-americanas para a União Europeia, ao reduzir o número de DPA (difenilamina) que as maçãs podem conter.
Na verdade, a União Europeia proibiu os seus próprios agricultores de utilizarem DPA, um químico ligado à regulação do crescimento que poderá ter estado ligado ao cancro, em 2012, mas ainda é permitido e utilizado no Canadá e Estados Unidos.
O tema não é relevante para a economia norte-americana: apenas 2% das exportações de maçãs norte-americanas têm como alvo a Europa. No entanto, a notícia levou os norte-americanos a redobrarem a vigilância em relação às maçãs que comem, e muitos deles estão a pressionar a EPA (Agência de Protecção do Ambiente) daquele país a ser mais rígida nas sua própria legislação.
Segundo a União Europeia, a DPA, em si, não provoca cancro. Mas quando ela se parte e combina com o nitrogénio, poderá formar nitrosaminas, uma família de químicos associada à ao cancro do esófago e estômago.
Apesar de os níveis de DPA encontrados em 83% das maçãs norte-americanas testadas em 2010 ser muito acima da nova legislação europeia, ele ainda está dentro dos limites da legislação europeia, de acordo com a ONG Environmental Working Group.
O que muitos consumidores norte-americanos estão a questionar, agora, é porque razão um determinado alimento é suficientemente bom para ser consumido no seu país e, na Europa, é considerado perigoso para a saúde. E assim, uma decisão tomada no seio da União Europeia poderá influenciar, indirectamente, uma mudança legislativa nos Estados Unidos, por pressão dos consumidores. O que não deixa de ser irónico, tendo em conta o actual contexto político e económico dos dois gigantes.
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