Projecto Avatar quer atingir imortalidade humana em 2045 (ANÁLISE)



O magnata russo da comunicação social Dmirty Itskov encabeça um projecto “tremendamente complexo e ambicioso” que tem o objectivo de descobrir o segredo da imortalidade nas próximas três décadas, ou seja, até 2045.

O projecto chama-se Avatar e, ainda que pareça irreal, está a ser noticiado em vários sites internacionais, sobretudo ligados à ciência e novas descobertas. Segundo o Gizmag, Itskov está a trabalhar na colocação de cérebros humanos em veículos cada vez mais mecanizados. Numa primeira fase, transplantando-os em robôs. Depois, em 2045, numa espécie de reprogramação dos cérebros humanos e envio de toda a consciência humana para um chip de computador.

A notícia está, é claro, a ser publicada com muitas reticências. Não que esteja em causa um implausível atingimento da imortalidade, mas pela própria investigação ligada à inteligência artificial e tudo o que isso implica.

Apesar das inovações tecnológicas continuarem a um ritmo impressionante, a verdade é que há várias décadas que os cientistas – erradamente – falam do desenvolvimento da inteligência artificial como algo que será alcançado dentro de vinte anos.

O que Itskov quer criar é um avatar androide, controlado por um cérebro humano através de um interface computacional. O projecto não é único. A agência norte-americana DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency) obteve financiamento para pesquisar e desenvolver interfaces que possibilitem a um soldado guiar uma máquina semi-automática e bípede, que actue como o substituto do próprio soldado.

Outras pesquisas já tentaram – aparentemente com sucesso – dar movimentos a um robô humanoide a partir de ondas cerebrais.

Na verdade, o projecto Avatar pretende levar a que pessoas com um cérebro intacto e que hoje não se conseguem mexer, reganhem essa capacidade através de corpos, digamos, sintéticos. Isto já em 2025.

O resto do projecto pode ser consultado aqui – incluindo os ambiciosos objectivos para 2035 e, claro, a ficção científica de 2045.

Itskov diz que tem 30 cientistas a trabalhar a full time no projecto e pretende inclusive inaugurar um escritório em São Francisco, nos Estados Unidos, para dar notoriedade à iniciativa.

É, no entanto, nos seus objectivos secundários que o Avatar ganha um maior interesse. O projecto quer também ser uma incubadora para aplicações comerciais ligadas à medicina, capitalizando os conhecimentos adquiridos globalmente e permitindo uma outra linha de inovação tecnológica.

O magnata russo já pediu a vários dos integrantes da lista dos mais ricos para a Forbes para apoiarem financeiramente o projecto, e espera agora respostas. Até lá, Itskov conseguiu o apoio do Ministério da Educação e Ciência da Rússia e, imagine-se, de Dalai Lama.

Será que um projecto idêntico – mas ligado às alterações climáticas e inovação na sustentabilidade – conseguiria idênticos endorsments? De que vale a imortalidade se não temos planeta para a viver?





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