Projecto Ecoflow vence fundo EDP Biodiversidade 2011. Vai receber €113 mil (R$ 256 mil).



O projecto Ecoflow, uma parceria do Fluviário de Mora, Universidade de Évora e Centro de Oceanografia da Faculdade de Ciências de Lisboa, venceu o Fundo EDP Biodiversidade 2011, no valor de €113 mil (R$ 256 mil).

O Ecoflow terá a duração de dois anos e pretende compreender o efeito da alteração do regime de caudais provocado pelo funcionamento de aproveitamentos hidroeléctricos na comunidade piscícola dulciaquícola típica dos rios da região Centro de Portugal.

A investigação centrar-se-á no grupo dos peixes de água doce e será desenvolvida em parceria por aquelas instituições, cuja coordenação será partilhada pelos investigadores do Núcleo de Investigação do Fluviário de Mora (NIFM) Bernardo Ruivo Quintella (DBA-FCUL/CO) e Pedro Raposo de Almeida (ECT-DBio-UÉ/CO)

“O escoamento natural dos rios portugueses varia consideravelmente ao longo do ano. A construção de aproveitamentos hidroeléctricos, como barragens e mini-hídricas, faz com que a variação do caudal perca, em parte, o carácter sazonal e ocorra de uma forma mais abrupta e imprevisível”, explicaram os responsáveis pelo projecto em comuncado enviado ao Green Savers.

Assim, segundo estes autores, o projecto Ecoflow pretende compreender o efeito da alteração do regime de caudais na comunidade piscícola dulciaquícola típica dos rios da região Centro de Portugal. O sistema hidrográfico seleccionado para servir de área estudo foi o Rio Mondego.

Para a primeira tarefa está prevista a utilização de pesca eléctrica como método de amostragem. Para as restantes tarefas científicas recorrer-se-á a técnicas de biotelemetria, método que permite localizar os peixes, previamente marcados, na área de estudo.

A telemetria permite o estudo do comportamento dos peixes sem que para isso seja necessário o contacto visual directo. Está prevista a utilização de rádio-telemetria em rios com regime hidrológicos distintos, um sistema regularizado pela produção hidroeléctrica versus um sistema com um regime natural de caudais.

A utilização de uma técnica adicional de telemetria avançada, com registo de parâmetros fisiológicos (transmissores com sensores electromiogramas – EMG), permitirá a recolha de informação com mais detalhe durante e fora do período de funcionamento de aproveitamentos hidroeléctricos, permitindo identificar a influência directa do chamado pico de caudal turbinado no comportamento da espécie estudada, através da quantificação da actividade da musculatura que sustenta a natação como medida indicadora de stress ambiental.

O projecto decorrerá entre Agosto de 2012 e Julho de 2014, e foi estruturado para que a informação recolhida contribua para a definição de uma política de produção hidroeléctrica.





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