Projecto português diminui custo e impacto ambiental na indústria do plástico



Um estudo piloto desenvolvido por um grupo de investigadores do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) permitiu diminuir custos de produção e reduzir o impacto ambiental de uma empresa de perfis de plásticos com fibra de vidro, a Alto.

O projecto chama-se Pultreficaz, liga o mundo académico ao empresarial e consegue reduzir a factura energética do processo de fabrico destes materiais – cada vez mais utilizados nas áreas do saneamento básico e na construção civil – em mais de 50%, reaproveitando os resíduos como nova matéria-prima.

Escadarias, passadiços, barragens e estruturas de estações de comboio e metro são alguns dos equipamentos e infraestruturas onde se regista um aumento da utilização dos perfis pultrudidos. Trata-se de um material feito à base de plástico, reforçado com fibra de vidro, e que substitui o aço, o alumínio ou a madeira, produtos mais facilmente corrosivos.

Em termos económicos, este projeto contribuiu para uma melhor eficiência na produção de perfis pultrudidos, uma redução de 57% no consumo de energia. Segundo explicou ao Green Savers o ISEP, através do corte e moagem dos resíduos foi possível incorporá-los em argamassas que garantem uma utilização segura e um aproveitamento vantajoso destes, minimizando o impacto económico e ambiental.

“Este reaproveitamento dos resíduos como nova matéria-prima evita, ainda, o pagamento das respectivas taxas para depósito dos resíduos no aterro”, continua o ISEP.

Financiado a 75% pela Agência de Inovação (ADi) e conduzido por investigadores do ISEP e da FEUP, o projeto decorreu na empresa Alto, situada na Zona Industrial da Maia. “O facto de termos conseguido vantagens do ponto de vista económico e ambiental permite-nos encarar novos desafios do mercado, nomeadamente ao nível da competitividade”, explicou Mário Alvim de Castro, proprietário da Alto.

Para o ISEP e para a FEUP, este estudo “permitiu criar um modelo de atuação que pode, no futuro, ser utilizado noutras empresas ou indústrias do setor”, explica, por seu lado, Ana Meira Castro, docente e investigadora do ISEP.





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