Projeto europeu permite à Madeira procurar soluções de restauração de ‘habitats’ costeiros



O projeto europeu ‘Climarest’, que envolve parceiros de sete países e um orçamento de oito milhões de euros, vai permitir à Madeira trabalhar no desenvolvimento de soluções de restauração de ‘habitats’ costeiros, designadamente de fundos rochosos dominados por macroalgas.

A primeira reunião do projeto “Climarest: Ferramentas de Resiliência Climática Costeira e Restauração Marinha para a bacia do Atlântico Ártico”, financiado ao abrigo do programa ‘Horizon-Europe’, decorreu hoje num hotel, no Funchal, tendo contado com a presença do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque.

Na ocasião, o governante afirmou, em declarações aos jornalistas, que estas investigações “são fundamentais” para tomar decisões políticas.

“As decisões políticas devem assentar numa base racional. A ciência baseia-se sempre na dúvida, mas não tenho nenhum problema em afirmar que para tomarmos decisões é fundamental termos uma base cientifica sólida e credível”, apontou.

O presidente do executivo madeirense (PSD/CDS-PP) destacou que a Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação (ARDITI), responsável pela gestão do ‘Climarest’ na Madeira, assim como a Universidade da Madeira “são centros de excelência da investigação” e os investigadores têm-se dedicado à questão dos ecossistemas marinhos.

“E isso permite à Madeira posicionar-se como um centro de investigação em parceria com outras instituições e outros centros de pesquisa importantíssimos em todo o mundo”, considerou.

De acordo com a informação disponibilizada à comunicação social, o projeto tem uma dotação total de cerca de oito milhões de euros, sendo que cabem à região 800 mil euros, que vão permitir à equipa do MARE-Madeira “trabalhar no desenvolvimento de soluções de restauração de ‘habitats’ costeiros, bem como tirar partido de novas ferramentas digitais, como as aplicações móveis e a realidade virtual para avaliar a perceção da sua importância pela sociedade em geral”.

O ‘Climarest’ é composto por 16 parceiros de Portugal, Itália, Espanha, Islândia, França, Noruega e Dinamarca e tem como objetivo “estudar, testar e otimizar métodos e ferramentas para a restauração de ‘habitats’ marinhos”.

“No total, o projeto terá cinco locais de demonstração, com diferentes cenários de ‘habitats’ sob pressão ou ameaça que o consórcio irá utilizar para o desenvolvimento de um conjunto de ferramentas de avaliação comum que permita apresentar soluções específicas que contribuam para a restauração dos ‘habitats’ selecionados”, lê-se na nota de imprensa.

O ‘Climarest’ vai procurar “soluções de restauração aplicáveis a fiordes Árticos na Noruega, recifes de ostras em França, pradarias marinhas na Irlanda, fundos arenosos afetados por aquacultura em Espanha e substratos rochosos com perda de algas na Madeira”.

Em Portugal, a investigação, desenvolvimento metodológico e otimização de esforços de restauração de fundos rochosos dominados por macroalgas, em tempos presentes nas zonas costeiras da Madeira, serão liderados pelo MARE-Madeira, a Unidade Regional de Investigação do Centro de Ciências do Mar e Ambiente, e alojado na Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação (ARDITI).

A equipa de investigação conta com biólogos, ecólogos, cientistas de computação e engenheiros que irão trabalhar no terreno, assim como com outras entidades, como os centros de mergulho, empresas marítimo-turísticas e pescadores, “para avaliar a importância e valor de diferentes ‘habitats’ rochosos na ilha e para testar formas de reduzir as pressões e promover o aumento da diversidade e abundância de macroalgas”.





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