Projeto prevê investimento de 20 milhões de euros no combate às alterações climáticas nos Açores



O projeto Life IP Climaz, financiado em 60% por fundos comunitários, prevê um investimento de 20 milhões de euros, nos próximos 10 anos, no combate às alterações climáticas nos Açores, adiantou esta sexta-feira o secretário regional do Ambiente.

“O projeto Life IP Climaz teve início em janeiro deste ano, conta com um orçamento de cerca de 20 milhões de euros para a implementação de medidas de combate às alterações climáticas, financiado em 60% pela União Europeia, e tem um período de implementação de 10 anos com medidas a aplicar em todas as ilhas dos Açores”, afirmou o titular da pasta do Ambiente e Alterações Climáticas nos Açores, Alonso Miguel.

O governante falava, em Angra do Heroísmo, na apresentação do projeto, que inclui medidas de mitigação e adaptação às alterações climáticas nos Açores em sete áreas: energia, transportes, recursos florestais, agropecuária, recursos hídricos, ambiente marinho e proteção costeira.

Segundo Alonso Miguel, as medidas financiadas pelo projeto Life IP Climaz representam “cerca de 75%” do Programa Regional para as Alterações Climáticas, recentemente aprovado.

“O que nos cabe fazer é estabelecer um conjunto de medidas de combate às alterações climáticas. Por um lado, mitigar os efeitos das alterações climáticas, por outro lado, adaptar a região para os efeitos e para nos prepararmos para esta nova realidade”, salientou, em declarações à Lusa, à margem da apresentação.

O governante reconheceu que os Açores contribuem de “forma diminuta” para o fenómeno das alterações climáticas, mas sublinhou que a região pode ser “afetada severamente”.

“As ilhas com características como as nossas, pequenas, remotas e dispersas, são sinalizadas como muito vulneráveis a este fenómeno das alterações climáticas e, obviamente, quanto mais depressa nos adaptarmos a este fenómeno, maior capacidade temos de sucesso na mitigação dos seus efeitos”, frisou.

Para além da “consciencialização da população”, Alonso Miguel destacou medidas de mitigação do impacto de atividades na emissão de CO2 na atmosfera nas áreas da Agricultura, Energia e Transportes.

Estão previstas, por exemplo, medidas que promovam um incremento das energias renováveis nos Açores, que atingem atualmente os 45,8%, mas deverão chegar aos 65%.

“Não é possível converter a 100%, agora a região tem um grande potencial para a instalação das mais diversas tipologias de energias renováveis, desde as eólicas à geotermia, às hídricas, aos painéis fotovoltaicos […]. Há aqui uma grande capacidade e um longo percurso a percorrer, que permitirá adaptar as novas estratégias como a mobilidade elétrica”, salientou o secretário regional.

O projeto inclui ainda a substituição de transportes públicos e do Governo Regional por veículos elétricos e o aumento da rede de carregamento desse tipo de veículos.

Na área da Agricultura e Florestas está prevista a reconversão da pastagem em floresta e a salvaguarda, proteção e recuperação de turfeiras.

“São autênticos sumidouros de carbono e além disso conseguem reter a água, permitindo a sua infiltração e a recarga de aquíferos”, justificou Alonso Miguel.

Há ainda um projeto piloto que prevê a introdução de algas vermelhas na alimentação do gado bovino, o que deverá permitir reduzir “substancialmente” as emissões de metano na agropecuária.





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