Proteger os ecossistemas de água doce



Os ecossistemas aquáticos de água doce são dos habitats mais ameaçados do planeta. O engenheiro florestal Amílcar Teixeira, investigador do CIMO, tenta preservar a qualidade dos rios e ribeiras nacionais, combatendo as grandes ameaças que sobre eles pairam.

O Homem está na origem dos grandes problemas que ensombram a conservação dos nossos rios e ribeiras. A qualidade da água é colocada em causa pelo excesso de poluição e pela enorme quantidade de material orgânico; a pesca excessiva tem um importante impacto predatório sobre os peixes, crustáceos e bivalves mais raros; a introdução de espécies exóticas compete ferozmente e contribui para a aniquilação das espécies autóctones. Como se isso não fosse suficiente, a construção de barragens e açudes muda a natureza das linhas de água, impede migrações e destrói habitats sensíveis.

Todos estes temas estão na agenda de Amílcar Teixeira. Sediados em Montesinho, em pleno Parque Natural, este investigador e a sua equipa do CIMO – Centro de Investigação da Montanha multiplicam-se em estudos de ecologia e de gestão destas áreas vulneráveis. Uma das suas riquezas é a Biodiversidade que albergam – um património natural, que presta serviços essenciais ao planeta e à Humanidade. Um simples mexilhão de água-doce, espécie atualmente muito ameaçada, pode filtrar 50 litros de água por dia. Sem a ajuda de químicos ou de substâncias industriais. Por isso, quando os troços dos rios de montanha eram cobertos por colónias deste mexilhão, a sua água não podia ser mais pura. E este é apenas um exemplo, que se pode multiplicar por toda a frágil cadeia ecológica.

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Mesmo nos mais recônditos espaços de montanha, já não encontramos habitats verdadeiramente selvagens. Todos os ecossistemas sofreram alterações provocadas pela presença humana. Mas em locais como o Parque Natural de Montesinho, e em muitas outras áreas protegidas, a Natureza e o Mundo Rural podem e devem coexistir. Depende dos decisores políticos, centrais e locais, a definição de medidas que permitam a conciliação entre a conservação da Natureza e as atividades económicas, como a agricultura, a caça, a pesca e o lazer. Graças ao trabalho dos investigadores, como Amílcar Teixeira, sabemos qual a capacidade de carga desses espaços, como podem ser usufruídos de forma equilibrada e como devemos preservar o património natural que ainda guardam – e que é essencial para combatermos as alterações climáticas em curso.





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