PROVE: receba um cabaz de alimentos hortofrutícolas directamente do produtor (com VÍDEO)
Se é daqueles que duvida da qualidade e questiona a origem dos produtos vendidos pelas grandes superfícies comerciais ou um consumidor que tem preferência por produtos de qualidade, saiba que agora já pode adquirir estes produtos, mesmo em áreas urbanas, directamente das mãos do produtor, sem intermediários, através do projecto PROVE.
Através do PROVE, o consumidor pode adquirir um cabaz de frutas e legumes seleccionados e cultivados por um produtor da sua região, com uma periodicidade semanal, quinzenal ou mensal. Os cabazes são entregues num dos locais de venda definidos.
Este projecto surgiu no âmbito da Iniciativa Comunitária EQUAL, em conjunto com várias entidades parceiras que se associaram a um grupo de pequenos produtores da região da Península de Setúbal, Vale do Sousa, Alentejo, Mafra e Porto, de maneira a impulsionar o escoamento das produções.
Esta comercialização de proximidade – já que o consumidor recebe o cabaz directamente do produtor – permite uma maior aproximação entre as comunidades rurais e urbanas, fomentando a solidariedade e uma relação de confiança entre os pequenos produtores locais e os consumidores. Ao receber os alimentos do produtor sem intermediários, o contacto directo permite que o agricultor partilhe informações sobre os métodos e técnicas de produção, os produtos utilizados e os cuidados ao nível da protecção do ambiente.
Além de poder comprar produtos de maior qualidade e falar directamente com o produtor, o PROVE alia ainda a comodidade das encomendas online, já que para escolher os produtos que deseja ter no seu cabaz basta aceder à lista de frutas e legumes que se encontra no site e assinalar os que deseja ou não deseja receber. As frutas e legumes disponíveis variam consoante a estação do ano e a região do país, assim como o preço, sendo que um cabaz grande custa cerca, em média, cerca de €10.
A escolha do local de entrega também pode ser definido online – basta aceder à ficha da encomenda da sua região e seleccionar o local pretendido.
Actualmente, existem núcleos PROVE em quase todos os distritos do país, com excepção de Vila Real, Coimbra, Castelo Branco e Portalegre. Uma explicação para a inexistência de núcleos nestas regiões é o facto de terem grandes áreas rurais e o contacto entre os pequenos produtores e os consumidores ser mais fácil, assim como a produção agrícola familiar para consumo próprio ser maior nestas zonas, explicou Isabel Rodrigo, professora do Instituto Superior de Agronomia, durante a Conferência “Planear o Sistema Alimentar Urbano na Área Metropolitana de Lisboa”, que decorreu na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Quanto ao modo de produção dos agricultores que fazem parte do projecto é maioritariamente convencional, já que a produção biológica não é rentável e, segundo a docente universitária, é “caro obter certificação para a produção biológica”. No entanto, os consumidores podem atestar a qualidade e questionar as técnicas e produtos utilizados junto dos produtores. Actualmente, já existem alguns núcleos que produzem de forma integrada, que alia práticas biológicas às convencionais, ou de forma totalmente biológica, como é o caso de um dos núcleos de Loures.
O PROVE é também uma porta de saída para as pequenas produções, já que ajuda os produtores a contornarem as dificuldades no sector.
Foto: WordRidden/ Creative Commons