PRR: Projeto de 450 mil euros cria roteiro para a descarbonização do setor metalúrgico
Um projeto de 452 mil euros dinamizado pela Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) e pelo centro tecnológico do setor vai criar um roteiro para a descarbonização e capacitação daquela indústria, foi ontem anunciado.
Designado ‘CarbonFree_Guide4Metal’, o projeto foi já aprovado no âmbito da Componente 11 do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) – ‘Descarbonização da Indústria integrada na Dimensão Transição Climática’ e visa “acelerar a mudança de paradigma na utilização dos recursos” naquela indústria, “contribuindo para a transição definitiva para uma economia neutra em carbono”.
A Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) é a empresa líder do projeto e o Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica (CATIM) é a entidade copromotora, tendo-se associado nesta iniciativa para “reafirmarem a sua missão e posição junto da indústria do setor, apoiando, acompanhando, capacitando e preparando a mesma para os novos desafios associados à transição climática e digital, determinantes para o seu posicionamento competitivo, nacional e internacional”.
Segundo explicam em comunicado, o projeto ‘CarbonFree_Guide4Metal’ “tem como principal objetivo a criação de um ‘roteiro de descarbonização e capacitação da indústria do setor Metal Portugal’, com especial enfoque na indústria que se dedica ao fabrico de produtos metálicos, máquinas e equipamentos”.
“Com um investimento global superior a 452 mil euros, valor que será várias vezes multiplicado pelos investimentos individuais a realizar pelas empresas com o apoio do CATIM, o projeto será realizado no período de dois anos e vai permitir que o Metal Portugal conquiste um lugar pioneiro e consolidado no que à descarbonização diz respeito”, salientam.
O objetivo é “manter e potenciar a competitividade do setor a nível global”.
Neste sentido, o projeto vai promover um conjunto de medidas e ações complementares, que vão desde a “identificação de trajetórias custo-eficazes de reduções de emissões” e “identificação e promoção de soluções tecnológicas como processos tecnológicos de baixo carbono” à “introdução de novas matérias-primas e de combustíveis derivados de resíduos e de biomassa”.
Também privilegiada vai ser a “adoção de medidas de economia circular competitiva e resiliente”, a “substituição e adoção de equipamentos e processos para novas tecnologias sustentáveis” e a “adoção de sistemas de monitorização e gestão de consumos, promovendo sempre mais e melhor investigação e inovação em áreas que potenciem a concretização do objetivo da neutralidade carbónica”.
“A sustentabilidade energética é um pilar que está presente nas estratégias das empresas do Metal Portugal e, por isso, o setor vai contar a partir de agora com um roteiro setorial para a neutralidade carbónica, constituindo um apoio central rumo a uma transição coesa e criando importantes sinergias entre empresas e ‘players’ centrais com competências técnicas orientadas para a valorização da atividade industrial”, enfatiza a AIMMAP.
De acordo com a associação, a descarbonização e todos os demais padrões de sustentabilidade “são hoje uma condição de acesso essencial nos mercados mais desenvolvidos”, mercados esses que “são o mercado natural para empresas com elevado valor acrescentado e incorporação tecnológica como é o caso das empresas do Metal Portugal”.
O papel desempenhado pelo CATIM neste projeto é considerado “crucial” pela AIMMAP, que sublinha como este centro tecnológico “tem um papel imprescindível na modernização do tecido empresarial do setor em áreas centrais ligadas à qualificação e inovação, visando ganhos de eficiência e níveis de competitividade e de internacionalização acrescidos para as empresas”.
“É um verdadeiro catalisador de transferência de tecnologia e conhecimento para o tecido empresarial e motor de aproximação aos paradigmas emergentes”, destaca.
No que concerne às temáticas associadas à transição climática e digital, a associação nota que “o CATIM reúne um conjunto diversificado de competências técnicas, tecnológicas e de gestão que, aliadas ao seu papel de interface entre o sistema de inovação e a comunidade empresarial, se revelam cruciais para aconselhar, sensibilizar, capacitar e incentivar a indústria para a adoção de métodos de produção mais sustentáveis”.
“É com este enquadramento promissor que o CATIM, ao abrigo do projeto ‘CarbonFree_Guide4Metal’, vai desenvolver projetos específicos com as empresas, implementando e disseminando da melhor forma um conjunto de boas práticas fundamentais para que o setor atinja transversalmente as metas da neutralidade carbónica”, acrescenta.