Quais as consequências da sobrepesca e como a evitar?



Sobrepesca: ocorre quando o pescado é capturado em maior quantidade do que a população consegue repor através da reprodução natural. A sobrepesca tem graves consequências, afectando o equilíbrio natural dos oceanos, assim como o bem-estar social e económico das comunidades costeiras que dependem do peixe para o seu modo de vida.

Para a associação de defesa ambiental Quercus, a Política Comum das Pescas serve exactamente para combater a sobrepesca, uma vez que o seu objectivo passa permitir que as populações de peixe atinjam o rendimento máximo sustentável, para conseguir salvar esta fonte de alimento para as próximas gerações.

Esta situação não é estranha a Portugal, já que os casos de sobrepesca continuam a acontecer por cá. Um dos casos mais conhecidos é a pesca de biqueirão, com uma quota de 6.522 toneladas, 18% acima do recomendado.  Também a raia e o carapau estão em situação de sobrepesca, alerta esta associação, que acusa os responsáveis de ignorarem as recomendações cientificas, mantendo os limites de captura “muito acima do que é sustentável”.

Como combater então este problema ambiental? Em comunicado, a Quercus apresenta quatro razões para que se pare com a sobrepesca enquanto ainda é tempo. São elas:

1- A recuperação das espécies: A pressão da sobrepesca não permite que o estado óptimo da espécie em exploração seja alcançado. Quando o recurso é explorado ao nível do RMS, a indústria poderá retirar do mar a quantidade máxima de peixe, ao mesmo tempo que o recurso se encontra num estado saudável.

2- Os benefícios económicos. Existem estudos que comprovam que, com o fim da sobrepesca e à medida que mais unidades populacionais são exploradas dum modo sustentável, haverá uma melhoria na situação económica.

3- Uma maior resiliência e estabilidade nos oceanos assim como a preservação da biodiversidade. Estudos indicam que a sobrepesca também está a diminuir a diversidade genética do peixe no mundo. A sobrepesca afecta o equilíbrio natural dos oceanos, destabilizando a cadeia alimentar, perturbando ecossistemas locais e destruindo os habitats marinhos da vida marinha. É uma ameaça para toda a biodiversidade marinha, não somente às espécies dirigidas, mas também às capturas acessórias. A estabilidade das comunidades ecológicas depende largamente nas interacções entre predadores e presas. E portanto, o equilíbrio da cadeia alimentar é perturbado quando certas espécies são removidas.

4- Maior transparência e respeito no processo. Os pareceres científicos e limites de capturas sustentáveis deverão ser respeitados e tem que haver uma maior fundamentação e transparência no processo das decisões.

“Numa altura em que estamos a atingir os limites dos oceanos, uma pesca sustentável e responsável é uma meta necessária e prioritária para contrabalançar pescarias depauperadas, assim como restabelecer ecossistemas marinhos e preservar a rica diversidade das espécies marinhas para um desenvolvimento sustentável da acctividade e salvaguardar a subsistência das comunidades costeiras”, defende a Quercus.

Foto: via Creative Commons 





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