Qual a pegada ecológica em Portugal? Seis cidades portuguesas vão a teste



Estimativas mostram que, em 2050, cerca de 70% da população mundial estará a viver em cidades. A bem da sustentabilidade futura, a Global Footprint Network está a desenvolver esforços para descobrir qual a pegada ecológica que uma cidade ou região produz. E agora, seis cidades portuguesas juntam-se a este programa.

Com inicio em 1996, o projecto pretende ser uma ponte entre a ciência, a política e a economia, tendo como objectivo primordial encontrar alternativas e soluções para mudar a forma como o mundo gere os seus recursos naturais. Barcelona, Londres, Manila, Oslo, São Francisco e Xangai foram algumas das cidades que viram a sua pegada ecológica calculada por este programa, que agora chega ao nosso país.

A ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, numa parceira estabelecida com a Unidade de Investigação GOVCOPP da Universidade de Aveiro, com a colaboração de Investigadores da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, vai levar a cabo em Portugal um estudo que se prolongará ao longo de três anos.

Do processo negocial entre estas instituições e as autarquias envolvidas, resultou o projecto “Pegada Ecológica dos Municípios Portugueses”, inovador à escala mundial, onde, para além do cálculo da Pegada Ecológica, existem mais três novidades: o cálculo da biocapacidade ao nível da comunidade Intermunicipal ou da autarquia; a proposta de realocação das verbas pelos diferentes municípios tendo em conta a contribuição local para a biocapacidade nacional, e o seu peso na pegada nacional; e por fim a instalação de calculadoras de Pegada Ecológica para os munícipes nos sites das autarquias participantes.

A Pegada Ecológica (PE) é uma importante ferramenta de avaliação e monitorização para os governos nacionais e locais que estão a trabalhar para mitigar os riscos, para se adaptar às alterações climáticas e para fomentar uma sustentabilidade global. O cálculo da PE pode fornecer um roteiro para uma comunidade que se está a tentar tornar ambientalmente saudável, economicamente próspera e equitativa – agora e nos próximos 20 anos.

Em 2011, Portugal detinha a 9ª Pegada Ecológica mais elevada entre 24 países do Mediterrâneo, com 3.3 hectares globais (gha) per capita, enquanto a sua biocapacidade era, para o mesmo período, de aproximadamente 1.5 gha per capita. O objectivo do projecto passa assim por fornecer aos municípios as ferramentas para vivermos de forma sustentável com os nossos recursos naturais, preservando o planeta Terra. Almada, Bragança, Castelo Branco, Guimarães, Lagoa e Vila Nova de Gaia farão parte deste projecto inovador.

Foto: via Creative Commons 





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...