Qual o saco mais sustentável para transportar fruta e legumes?
Hoje, 3 de julho, assinala-se o Dia Internacional sem sacos de plástico. Um saco de uso único em papel ou de plástico? Um saco reutilizável em algodão? Ou de poliéster? Ao comprar fruta e legumes, opte por uma embalagem com menos impactos ambientais. A DECO PROTESTE explica como.
Reduzir o plástico parece ser um mantra do nosso tempo. Mas este assunto não é assim tão simples, e existem muitas alternativas que acabam por ter mais impactos ambientais. Quando vai às compras, qual a melhor forma de transportar a fruta e os legumes para casa? O leitor estará já a pensar (e bem) que a forma mais sustentável será não utilizar nenhum saco, mas sabemos que, por vezes, isso não é possível. Para essas alturas, a escolha de uma alternativa de uso único ou reutilizável e mais sustentável pode depender do perfil de cada consumidor.
Há produtos cujo transporte pode suscitar dúvidas, como acontece com a fruta e os legumes. Podemos optar pelo papel para os transportar? A embalagem não se degrada? Preserva-os de forma adequada? A solução deve passar, antes de tudo, pelo bom senso. Quer opte por sacos de uso único ou reutilizáveis, a fruta e os legumes devem ser arrumados, sem os sacos, no frigorífico. Deve acondicioná-los nas gavetas, onde podem estar, no caso da fruta, de três a 20 dias e, no dos legumes frescos, de três a 60 dias.
De facto, as aparências podem iludir e um saco de uso único poderá ser a melhor solução para determinados perfis. Como? A DECO PROTESTE explica.
Qual a alternativa mais sustentável?
A DECO PROTESTE avaliou o impacto ambiental de sacos para frutas e legumes de vários materiais. O teste focou-se numa análise de ciclo de vida. Foram estudados impactos ambientais referentes a 16 categorias, entre as quais: alterações climáticas, efeitos sobre a saúde humana (toxicidade, potencial cancerígeno), ou utilização dos solos, por exemplo. Os resultados obtidos foram depois comparados entre si, para perceber qual seria a alternativa com menor impacto ambiental. Além disso, quantas vezes teriam de ser reutilizadas as restantes alternativas para que o impacto ambiental adicional fosse compensado.
Os resultados mostram, sem grande surpresa, que, se utilizar apenas uma vez os sacos, os de plástico de utilização única (conhecidos como ultraleves e que brevemente serão taxados) são os que apresentam menor impacto ambiental. No entanto, esta alternativa pode não ser a mais sustentável para o seu caso.
Surpreendido? A verdade é que os sacos de utilização única foram desenvolvidos para durarem apenas uma utilização, sendo, portanto, mais leves e menos resistentes. Se se esquecer dos sacos reutilizáveis para fruta e legumes em casa, esta poderá ser uma boa solução. Por outro lado, se for um consumidor que raramente se esquece dos sacos em casa, fique a saber que está no caminho certo na ajuda ao planeta. A reutilização de sacos é, sem dúvida, o comportamento mais sustentável. No entanto, existem sacos de vários materiais, e é importante perceber que os impactos ambientais são muito distintos.
Sacos de algodão requerem 950 reutilizações
Das alternativas reutilizáveis, o saco em poliéster sem a corda pintada é a solução mais sustentável. Para que os impactos ambientais adicionais sejam compensados, este saco terá de ser utilizado dez vezes, algo completamente ao alcance dos consumidores. Já a alternativa de algodão é a que apresenta mais impactos ambientais, sendo necessário o consumidor utilizá-lo cerca de 950 vezes, de forma a compensar os impactos ambientais. Indo às compras uma vez por semana, o saco teria de durar 18 anos.
Por outro lado, caso o consumidor se esqueça do saco reutilizável em casa, a alternativa deverá passar por um saco de plástico ultraleve, seguindo-se de um saco de bioplástico. Os sacos de papel com uma janela em plástico apresentam mais impactos ambientais e teriam de ser utilizados 16 vezes.
Já quando os sacos chegam a casa, podem ser utilizados para outras funções.
Papel e plástico no mesmo saco
Há que contar, ainda, com os sacos com película de plástico à frente e papel no verso. Estes cruzam dois materiais recicláveis, mas que só o são se o consumidor os separar e os depositar nos ecopontos corretos (amarelo para o plástico e azul para o papel). Terão de ser usados 16 vezes para compensar o impacto ambiental. Ou seja, o saco de uso único de plástico continua a ser uma alternativa a esta opção.
As conclusões não significam que deveremos voltar-nos para o plástico. Não devemos olhar para um material como o inimigo comum, mas alterarmos os nossos comportamentos para reduzir o consumo e, naturalmente, reutilizar os produtos o mais possível. A alternativa ideal seria que todos os consumidores levassem para as compras os sacos reutilizáveis em poliéster, mas, em caso de esquecimento, os sacos ultraleves continuam a ser uma opção mais sustentável do que os em papel. É uma questão de bom senso.