Quarta geração de empresários do sal encontra inimigo-surpresa: as alterações climáticas (com VÍDEO)



Há quatro gerações que a mesma família trabalha nas salinas de Rio Maior. Luís e João Lopes lembram-se de ajudar os avós e os pais nas Marinhas do Sal, de onde este é retirado, e agora chegou a vez deles em desenvolver o negócio: a Loja do Sal.

Ainda que as salinas de Rio Maior sejam um negócio milenar, uma nova etapa de evolução começa agora e Luís e João já sabem o nome de um dos seus maiores inimigos no desenvolvimento da empresa: as alterações climáticas.

“Ainda este ano, com o tempo [incerto], a produção está muito mais reduzida, o que pode pôr em risco a satisfação de todos os pedidos que temos de clientes”, explicou João Lopes. Segundo o irmão, Luís, este é um negócio que está completamente dependente do clima: a produção só existe no Verão. “Estamos limitados pelas condições atmosféricas”, explicou.

“Precisamos de calor e também estamos limitados à salinidade da água: se a temperatura for maior no Inverno, iremos ter uma menor qualidade de água no Verão”, continua.

Com formações superiores em Engenharia Electrotécnica e Psicologia, Luís e João sabem que o seu sal é de alta qualidade – as salinas encontram-se numa região protegida. “O sal não tem qualquer tipo de aditivos ou processamento. Tem uma qualidade de excelência, e grande parte do produto vai para a Alemanha e Norte da Europa e é comercializado para grandes chefes e mercearias finas”, explica Luís Lopes.

Nos próximos meses, os irmãos Lopes prevêem lançar novos produtos, incluindo sais de banho, levando o nome das salinas de Rio Maior a outras geografias. Isto, claro, caso o clima em mudança lhes permita. Se as alterações climáticas continuarem a sua saga de disrupção de temperaturas e multiplicação de fenómenos extremos, então o provável é que esta evolução de negócio fique seriamente afectada.

Foto: bjaglin / Creative Commons





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