Que ligação existe entre a radiação solar UV e o vírus SARS-CoV-2?



Ao longo do decorrer do ano de 2020, foram apontadas várias possibilidades acerca da propagação do vírus e da sua permanência no ar e nas superfícies. Foi também apontada a hipótese da luz solar ser uma mais valia neste aspeto. Surge agora uma nova investigação que relaciona a radiação solar com o vírus da Covid-19.

Um novo estudo, publicado na Photochemistry and Photobiology, revela que a radiação ultravioleta (UV) tem um grande potencial para inativar o vírus SARS-CoV-2, no entanto, depende da localização e da estação do ano.

A investigação é a primeira a ser publicada neste tema, e resultou de uma parceria entre o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a Universidade de Medicina Veterinária de Viena, o Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde da Universidade do Porto (CINTESIS) e a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC).

O IPMA exemplifica que, em “regiões tropicais e subtropicais (ex.: São Paulo, 23,5°S), a fração diária de sobrevivência do vírus é inferior a 0,01 % durante todo o ano, enquanto que em latitudes mais elevadas (ex.: Reiquiavique, 64°N) essa fração apenas pode ser encontrada em junho e julho.”

Quanto ao caso português, segue-se a mesma lógica, consoante a estação do ano e os níveis de raios UV. Atualmente, seria necessário mais tempo para o vírus ser eliminado. “No Inverno temos tempos para esterilização superiores a 20 horas, ou seja, um dia não chega para esterilizar superfícies no exterior”, explica o Instituto.





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