Queima de gás durante exploração de petróleo emitiu “desnecessariamente” 389 milhões de toneladas de poluição em 2024



No ano passado, cerca de 389 milhões de toneladas de gases com efeito de estufa foram emitidas, a nível global, pelo “flaring”, uma prática de queima de gás natural durante a extração de petróleo.

A estimativa é avançada num novo relatório assinado pelo Banco Mundial e que calcula que, em 2024, as emissões do “flaring” chegaram aos 151 mil milhões de metros cúbicos, mais três mil milhões do que no ano anterior e o maior nível registado nas últimas duas décadas.

Do total dessas emissões, 46 milhões de toneladas foram metano, um gás com um efeito de estufa 28 vezes mais potente do que o dióxido de carbono.

2024 foi o segundo ano consecutivo em que se registou um aumento das emissões resultantes de “flaring” e o Banco Mundial estima que tenha representado um desperdício energético da ordem dos 63 mil milhões de dólares. Além disso, salienta que esse aumento é contraproducente no que toca aos esforços de controlo das emissões e de promoção da segurança energética mundial.

Como tal, a organização diz que o aumento as emissões de “flaring” aconteceu “desnecessariamente”, uma vez que essa energia poderia ter sido aproveitada. Ao invés, foi desperdiçada e está a contribuir para o aumento da temperatura média global do planeta.

Embora reconheça que alguns países têm tentado, e até conseguido, reduzir o “flaring”, os nove países que mais usam a prática continuam a representar perto de 75% das emissões resultantes dessa queima de gás natural. A Rússia está no topo da lista, seguida pelo Irão, o Iraque, os Estados Unidos da América, a Venezuela, a Argélia, a Nigéria a Líbia e o México. De acordo com os dados divulgados pelo Banco Mundial esse ranking mantém-se inalterado, pelo menos, desde 2012.

O relatório mostra que a intensidade das emissões de “flaring” tem se mantido “teimosamente elevada” ao longo dos últimos 15 anos.

“Quando mais de mil milhões de pessoas continuam a não ter acesso fiável a energia e numerosos países procuram mais fontes de energia para dar resposta a uma procura cada vez maior, é muito frustrante ver este recurso natural a ser desperdiçado”, afirma, em comunicado, Demetrios Papathanasiou, diretor global da área de Energia do Banco Mundial.

Embora o “flaring” seja uma forma de tentar garantir a segurança dos trabalhadores das centrais de extração de petróleo, ao aliviar a pressão causada pelos gases, e seja mais barato do que capturar esses gases, transportá-los e processá-los, a organização multilateral considera que se está a desperdiçar um recurso valioso num mundo em que a procura por energia está em franco crescimento.






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