Quer ser empreendedor? Então prepare a sua dose de loucura.
“Ser empreendedor é quase uma loucura”. Foi com esta frase – directa – que o CEO da tecnológica Ubisign, Pedro Machado, sintetizou ao Jornal de Negócios a dificuldade que teve em pôr de pé a sua empresa, que é hoje responsável, entre outros, pelo software dos ecrãs interactivos da Galp.
A empresa nasceu em Braga, no seio da Universidade do Minho, há seis anos. E as dificuldades foram muitas – e até curiosas. Um exemplo: em 2005, a empresa venceu o prémio de inovação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e Agência de Inovação. Depois de tão boa notícia, a Ubisign concorreu ao primeiro financiamento público dedicado a empresas desta natureza – e que era concedido, precisamente, pela agência que a tinha premiado – mas a resposta, para além de ter chegado um ano depois, foi negativa.
“Ficámos surpreendidos (…). Foi nessa altura que procurámos financiamento privado, contactámos três empresas e a proposta da Primavera a mais interessante”, explica Pedro Machado. Numa primeira fase, a Primavera – outra tecnológica de sucesso de Braga – entrou com uma posição minoritária, mas já é maioritária. “Tem 60% e o resto é dos dois sócios fundadores, eu e um colega que é investigador docente da Universidade do Minho”.
Outro dos problemas de uma empresa como a Ubisign é a distância de Lisboa. “Perde-se muito tempo em viagens. Temos a vantagem de ter acesso a recursos humanos qualificados a um custo mais baixo, porque Braga é uma fonte interessante e a universidade do Minho também. Mas os negócios fazem-se [em Lisboa]”, explicou o responsável.
Sobre a “loucura” de ser empreendedor, Pedro Machado explica melhor. “Ser empreendedor é quase uma loucura porque assumimos responsabilidades enormes a nível legal e fiscal, temos poucos direitos”, revela. Mas conclui. “Não deixa de ser interessante para quem gosta de desafios, como eu”.
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