Quercus : Lamas das ETARs “sem controlo em Portugal”
A propósito de um caso verificado no concelho de Viseu, a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza – acusa as autoridades de laxismo quanto à gestão das lamas das Estações de Tratamento das Águas Residuais. Apesar das denúncias, há situações que se mantêm fora de controlo.
Em Vila Nova do Rego, na freguesia de Povolide, uma empresa “está a depositar ou eventualmente a fazer uma operação de armazenamento não autorizada, num terreno sem quaisquer das condições referidas para o efeito”, denunciou a Quercus em comunicado. Lembrando que de acordo com a lei “os locais de armazenamento devem ser impermeabilizados e cobertos de forma a evitar infiltrações ou derrames que possam originar a contaminação dos solos e das massas de águas superficiais e subterrâneas”, a associação ambientalista refere que no caso reportado tal não acontece, uma vez que a partir da berma da Estrada Nacional 229-2, “é possível visualizar o amontoado de lamas”.
Esta situação já fora denunciada à Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento Território, assim como à Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, mas sem resultado. Contactado pela agência Lusa, o município de Viseu manifestou “preocupação extrema com os riscos e as incomodidades da deposição e transformação de lamas em Vila Nova do Rego, na freguesia de Povolide, por parte de uma empresa”. Os responsáveis autárquicos garantem que solicitaram “junto das autoridades ambientais intervenção urgente no sentido de receber garantias quanto à legalidade, controlo e segurança dessa operação” e que tem acompanhado a evolução da situação junto da população.
Por seu turno a Quercus apela às entidades competentes que “tratem este caso de uma forma exemplar para ter um efeito dissuasor”. Os ambientalistas garantem que existem relatórios que demonstram “que há reiteradamente gestão ilegal de lamas, comprometendo desta forma o ambiente e colocando em causa a saúde pública”.
Foto: Quercus