Químicos poluentes estão a partir ossos do pénis dos ursos polares
O urso polar é, de todas as criaturas do Planeta Terra, uma das que mais sofre com as alterações climáticas. Em primeiro lugar, o aquecimento global derrete o seu habitat e torna mais difícil encontrar presas para caçar. Agora, sabe-se que os químicos poluentes libertados na atmosfera há várias décadas estão a levar o osso dos seus pénis a ficar mais fraco ou, inclusive, a partir-se. E esta é a maior ameaça para a continuidade da espécie.
Como explica o Inhabitat, alguns mamíferos – ainda que não os humanos – têm ossos no pénis. E há várias teorias para o justificar. “Pode ser uma consequência acidental da evolução ou até pode ajudar a suportar o pénis ou a estimular a fêmea durante a reprodução”, explica o New Scientist.
Qualquer que seja o seu propósito, a verdade é que, com o osso do seu pénis, partido, o urso polar vai ter uma maior dificuldade em procriar. E é isso que está a acontecer, de acordo com uma equipa da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, liderada por Christian Sonne.
Segundo o estudo, a presença em níveis altos de uma classe de poluentes – organo-halogenados – provoca testículos e um osso do pénis nos ursos polares. Mas há uma classe específica de organo-halogenados, bifenilpoliclorado – PCB – que levam o osso do pénis a ficar menos denso.
Ainda que os PCB tenham sido proibidos em 2001, por um tratado das Nações Unidos, eles estiveram activos durante 80 anos. Por outro lado, eles concentram-se sobretudo nas zonas mais frias e polares, o que os leva para o habitat dos ursos polares.
A equipa de Sonne recolheu e examinou os ossos do pénis de 279 ursos polares de oito populações diferentes, entre 1999 e 2000. A investigação descobriu que os ursos polares canadianos tinham ossos do pénis maiores e mais densos, enquanto os ursos com maior exposição ao PCV tinham ossos mais pequenos e menos compactos.
Este facto é particularmente preocupante para os ursos polares do nordeste da Gronelândia e outros expostos a grandes níveis de PCB. Estas subpopulações podem encontrar maiores dificuldades em reproduzir-se num ambiente, já por si, complicado. “[Ainda que não saibamos para que serve o osso do pénis], se ele estiver partido o urso não poderá copular”, concluiu Sonne ao New Scientist. Infelizmente, é isso que está a acontecer a muitos ursos.
Foto: NOAA Photo Library / Creative Commons