Reclusos brasileiros recuperam Mata Atlântica



O projecto “Florestas Inteligentes”, criado pelo produtor rural Marcos Barbosa, faz com que 60 reclusos de um estabelecimento prisional, em Tremembé, São Paulo, trabalhem num viveiro de mudas nativas da Mata Atlântica. Os participantes são escolhidos pelo seu bom comportamento e conquistam o direito de ter uma redução de pena de um dia, a cada três trabalhados para a conservação daquele importante ecossistema.

O viveiro de mudas conta, actualmente, com quase dois milhões de árvores, de cerca de 130 espécies diferentes, que serão vendidas para projectos de restauração da Mata Atlântica ou de compensação ambiental e neutralização de emissões de carbono. Ao mesmo tempo que recupera florestas, a iniciativa recupera também pessoas. Os reclusos, que cumprem pena em regime semi-aberto, vivem os seus dias de maior realização pessoal dentro da própria prisão e as suas tarefas no viveiro contribuem para a reinserção no mercado de trabalho.

“Florestas Inteligentes” tem tido tanto sucesso que a Universidade Pública de Taubaté, perto de Tremembé, oferece cursos de formação profissional, em jardinagem, restauro florestal ou horticultura, aos reclusos que cumprirem as suas penas. Já a Câmara Municipal disponibilizou cursos de alfabetização para todos os participantes, uma vez que mais de metade não sabe ler ou escrever. “ É a reciclagem interior dos reclusos”, afirmou Marcos Barbosa, referindo-se à recuperação da auto-estima através do trabalho, citado no site Planeta Sustentável.

Além disso, o projecto é uma excelente oportunidade de negócio para os empresários que se preocupem com o desenvolvimento sustentável do país, uma vez que, nos estabelecimentos prisionais brasileiros, “há mão-de-obra farta, que está ociosa, trazendo apenas custos para o Estado”. A iniciativa não tem que preservar apenas a Mata Atlântica, os viveiros podem ser de alimentos, plantas ornamentais ou ervas medicinais, entre dezenas de outras ideias.





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