Relatório. De que maneira as 500 empresas e instituições mais influentes contribuem para a desflorestação?
A desflorestação é um problema que tem vindo a aumentar em todo o mundo, e que é urgente combater. Além das florestas serem habitat para muitas espécies, são também ecossistemas essenciais para o Planeta e para o combate às alterações climáticas, dado que armazenam grandes quantidades de dióxido de carbono.
É neste contexto que surge o relatório anual “Forest 500”, um documento que analisa desde 2014 as mais influentes empresas de cadeias de fornecimento e instituições financeiras face ao seu compromisso de mitigar a desflorestação nas áreas que financiam. Dois terços das florestas tropicais estão a ser destruídas devido à expansão agrícola, e as commodities de maior risco de desflorestação são a soja, a madeira, os produtos de gado (como a carne) e o óleo de palma.
No relatório de 2020 foram analisadas 350 empresas e 150 instituições financeiras. Entre as principais conclusões, é percetível que 43% das avaliadas não têm qualquer compromisso de desflorestação nas áreas onde atuam, face aos quatro grupos de risco. Em simultâneo, 63% das instituições financeiras não têm nenhuma política neste sentido; observando numa perspetiva a nível mundial, é possível perceber que 57% na América Latina, 81% na América do Norte, 33% na Europa e 63% na Ásia-Pacífico, não têm qualquer política adaptada ao assunto.
Entre as empresas avaliadas, 66% demonstrou ter pelo menos um compromisso de desflorestação, mas apenas 25% o aplicaram para todos os grupos de risco a que estão ligadas. Relativamente ao financiamento destas empresas, 2,25 triliões de euros (2,7 triliões de dólares) vêm de instituições financeiras que não tem uma política de desflorestação.
“Os governos consumidores devem introduzir leis de devida diligência, reconhecendo que as propostas existentes precisam de ser fortalecidas e aceleradas. A legislação de devida diligência precisa de ter requisitos e sanções claras; abrangendo relatórios padronizados, mudando todos os ecossistemas, direitos humanos e o setor financeiro”, explicam os autores.
Consulte o relatório completo aqui.