Rio de Janeiro permite aos funcionário municipais usarem calções devido a onda de calor



Os funcionários municipais e motoristas da cidade brasileira do Rio de Janeiro vão poder utilizar calções durante o verão devido às altas temperaturas que se têm sentido no país, anunciou ontem fonte oficial.

A sensação térmica na cidade do Rio de Janeiro voltou hoje a superar os 50 graus, numa onda de calor que atinge grande parte do país.

Às 10:40, a capital carioca registou 50,6 graus, depois de um recorde de 58,5 graus na terça-feira e dos 55,6 graus no dia seguinte.

Em comunicado, a Prefeitura do Rio de Janeiro indicou que “devido à previsão de altas temperaturas neste verão, está liberado o uso de calças ou bermudas na altura do joelho para servidores municipais, motoristas de táxis, de autocarro e de outros transportes coletivos” até ao dia 31 de março de 2024.

Uma onda intensa de calor influenciada pelo fenómeno El Niño e pelas mudanças climáticas, que atinge grande parte do Brasil esta semana, deverá ter o seu pico hoje, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Núbia Beray, coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Geografia do Clima (GeoClima) da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Observatório do Calor, explicou à Lusa que as altas temperaturas registadas nos últimos dias no país na quarta onda de calor do ano, são consequência de um El Niño intenso e dos efeitos do aquecimento global.

“A primeira explicação para essa onda de calor é o El Niño que nesse último trimestre, entre os meses de agosto, setembro e outubro, acabou se configurando como um El Niño forte”, explicou a coordenadora do GeoClima e do Observatório do Calor.

“Neste momento temos um El Niño forte atuando no pacífico e temos as mudanças climáticas como os elementos chave para entendermos por que o Brasil está a registar recorde de temperatura e tem tido cada vez mais ondas de calor”, acrescentou.

A especialista reforçou que o Brasil historicamente regista temperaturas mais elevadas no centro-oeste e no sudeste, tempo muito seco no nordeste e em regiões da Amazónia e um clima muito chuvoso no sul quando está sob o efeito do El Niño, mas a intensidade com que estes fenómenos estão a acontecer este ano é atípica.

A especialista também indicou que existe uma grande hipótese de o Brasil ter outras ondas de calor este ano e no próximo porque os efeitos do El Niño devem ser sentidos pelo menos até abril de 2024 e não há como prever a intensidade deste fenómeno nos próximos meses.

O El Niño ocorre em média a cada dois a sete anos e é um fenómeno climático natural associado ao aumento das temperaturas da superfície no centro e leste do Oceano Pacífico tropical, mas que tem efeitos em todo o mundo.





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