Riscos crescentes para saúde das emissões de portos e aeroportos, alerta AEA
A Agência Europeia do Ambiente (AEA) alertou hoje para os riscos crescentes para a saúde humana das emissões poluentes atmosféricas dos transportes marítimo e aéreo, especialmente para quem vive perto de aeroportos e portos.
O alerta foi feito num comunicado divulgado hoje pela AEA, que apela a uma melhor monitorização da poluição atmosférica nos portos e aeroportos e suas imediações.
O transporte marítimo deverá tornar-se a principal fonte de poluição atmosférica relacionada com os transportes nas cidades costeiras até 2030, segundo o estudo da AEA, com o título “Qualidade do ar em torno dos portos e aeroportos”.
O estudo apoia a diretiva revista da União Europeia (UE) relativa à qualidade do ar ambiente, que identifica os portos e aeroportos como potenciais pontos críticos em termos de qualidade do ar.
São avaliadas as redes de monitorização da qualidade do ar e os níveis de qualidade do ar nos principais portos e aeroportos e nas suas imediações em 18 países europeus, especialmente quanto aos poluentes partículas finas (PM2,5) e dióxido de azoto (NO2).
O estudo não contempla nenhum porto português, mas inclui o aeroporto de Lisboa, indicando que, em termos de NO2, é o segundo mais poluído dos 23 analisados, só ultrapassado por Milão. Na análise da poluição nos arredores, está abaixo da média europeia.
Os autores do documento asseguram que as emissões de NO2 e partículas finas estão a aumentar nos transportes marítimos e nas últimas décadas as emissões da aviação também aumentaram em relação aos mesmos poluentes.
A diretiva da UE introduz normas atualizadas e novas a atingir até 2030, alinhando mais estreitamente com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para reduzir os impactos na saúde e no ambiente.
A AEA salienta que a poluição do ar é o maior risco ambiental para a saúde na Europa, com múltiplos impactos na saúde humana. As partículas finas e o dióxido de azoto são dois dos principais poluentes atmosféricos.